quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Janeiras

"No dia primeiro de Janeiro e na sua vigília é tradição antiquíssima cantarem as crianças as Janeiras, nas primeiras horas da noite, aos vizinhos e amigos, com o cheiro nuns tostões ou numa manada de figos.(...)

Eis um dos textos mais em uso (...):

Hoje é dia de Janeiro:
Por ser o dia primeiro,
É dia do nascimento
Quando Deus passou tormentos.

Os tormentos estão passados;
Jesus Cristo já vai nado;
Aí vem a estrela da guia;
Onde a Virgem pariria.

Pariu ela em Belém,
numa pobre majedoura;
Majedoura do boi bento,
onde o boi bento comia.

Mula fria resfriava,
o boi bento aquentava;
Maldição te boto mula
Que não pairas vez nenhuma.

E se alguma vez parires,
não vejas sol nem lua;
nem de noite nem de dia
nem ao pino do meio dia.

Glória seja a de Deus Padre
e a de Deus Filho também;
Glória seja a do Menino
Para todo o sempre ... Amen"

in S. Miguel das Aves - monografia, Padre Joaquim da Barca, MCMLIII

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Da Junta de Parochia à Junta de Freguesia 7

Ainda a Capela de Romão e outras capelas

Continuando a percorrer as actas da Junta deparamos com a de 4 de Março de 1906, na qual foi lido um "Requerimento do parochiano José Rodrigues do logar de Romão e outros em que é pedido à Junta para que dê providência sobre uma ramada que sobre o caminho público e defronte da capella do mesmo logar de Romão anda construindo a sra. Roza da Silva Pinheiro do mesmo logar."
Em reunião posterior, de 18 desse mesmo mês, "foi por maioria de votos resolvido que a referida sra. Roza da Silva Pinheiro não podesse ter ramada sobre esse caminho por o mesmo ser a serventia para a capella que ali existe e hoje annexa a esta freguezia de S. Miguel das Aves e por não ter documentos que o contrário provasse. O prezidente declarou que sendo parocho d'esta freguezia há mais de doze annos sempre alli viu no caminho alludido a referida ramada e como, não tendo a Junta da minha presidência projecto algum de melhoramentos no referido caminho, acha violento e sem proveito para ninguém que elle ordenasse a sua remoção e por isso, não querendo prejudicar ninguém se assigna vencido. O vogal Alfredo da Silva Araújo (foto), votando como o prezidente assigna-se também vencido. Os vogais padre António José Ferreira, António José Rodrigues e Joaquim Martins Ribeiro, votaram contra o prezidente e contra o vogal (...) por entenderem que as referidas obras podem mais tarde redundar em prejuízo da freguezia."
A Junta de Parochia seria extinta com a 1ª República, dando lugar a 9 de Novembro de 1910, a uma "Comissão Parochial Administrativa (...) obedecendo às leis do regime actual - República".

domingo, 27 de dezembro de 2009

Fotos antigas

Uma das vantagens da aquisição do Amieiro Galego pela freguesia é a de retomar um acesso ao Rio Ave.
Praticamente já não havia acesso ao Rio Ave.
Noutros tempos podíamos caminhar pela margem em caminhos de pé-posto do Amieiro Galego até à Barca e havia vários sítios por onde aceder ao rio.
Para desfrutar o rio como se fazia há quarenta anos é necessário acessos adequados.
O Amieiro Galego pode ser um deles.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Boas Festas


quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Amieiro Galego

Foi efectuada hoje, 23/12/2009, a escritura da parcela de terreno onde se situa a nascente termal do Amieiro Galego a favor da Freguesia.

Parabéns aos avenses e aos seus autarcas.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Amieiro Galego

O sr. Dr. Aurélio Fernando, natural de Lordelo e morador em Riba d'Ave escreveu sobre o Amieiro Galego no livro cuja capa se reproduz:
"Águas termais de Amieiro Galego-
Na margem esquerda do Rio Ave que limita pelo Norte a Vila das Aves e mesmo em frente à Central Hidro-Eléctrica de Amieiro Galego, existe uma nascente natural de águas sulfurosas que o público da região e arredores vem utilizando com bons resultados para variadíssimas afecções e a fama destas águas ricas em enxofre estende-se já a uma larga região, não nos sendo possível desenvolver aqui os casos brilhantes de curas extraordinárias, especialmente entre doenças de pele. Situadas mesmo ao lado de uma lindíssima queda de água, num lugar muito pitoresco e turístico, o terreno onde elas são é pertença da grande Empresa Sampaio Ferreira & Ca. Lda. Ora o Conde de Riba d'Ave com seu irmão Alfredo Ferreira, tendo conhecimento de que as referidas águas estavam a ser utilizadas por grande número de doentes que desde o romper do dia, mesmo sem condições de acondicionamento devidas, resolveram levantar ali mesmo um pavilhão ainda que provisoriamente apetrechado com cabines e requisitos sanitários indispensáveis e aberto com êxito ao público. As novas instalações de água quente levaram apreciável número de banhistas às novas termas. Tal sucesso, leva a que a gerência de Sampaio Ferreira & Ca.Lda. cedesse a exploração das referidas águas à Fundação Narciso Ferreira como uma nova fonte de riqueza e valor moral: um novo estabelecimento termal. As novas termas permitiriam os mais variados tratamentos, segundo informação médica, desde doenças epidérmicas às reumáticas e respiratórias. Para uma arrancada definitiva desta empresa muito contribuirá a nova rede que brevemente será empreendida e que ligará Bairro à Vila das Aves e freguesias contíguas. Ainda temos a esperança de que alguém da Fundação ou de outras entidades responsáveis possa valorizar o Vale do Ave ainda mais com a implementação e aproveitamento destas termas".
O livro donde foi retirado este excerto tem data de 2005. Mas é muito provável que este texto tenha sido escrito muitos anos mais cedo. Talvez no final da década de sessenta do séc. XX, atendendo a algumas referências do texto.
Fica o registo.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Estranha forma de agir...


Somos pela nossa terra. Somos por tudo o que é da nossa terra.

Mas ser pela nossa terra é também exigir clareza, clarividência e rigor de todos os outros que se supõe serem também pela nossa terra. Vem isto a propósito da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila das Aves realizada hoje. As objecções levantadas, relativamente ao processo eleitoral exigiam uma atitude diferente dos Orgãos Sociais.

Foi conscientemente esquecida a alteração estatutária aprovada em Setembro de 2008, na sequência de aprovação anterior de legislação que obrigava a adequação dos Estatutos aos novos preceitos legais e ....
...realizou-se o acto eleitoral, ao que consta, segundo os preceitos dos Estatutos antigos....

Estranha forma de agir...

Um ano de Blogue

Um ano depois, com o mesmo entusiasmo da primeira hora...
Esperando, porém, que outros se disponham a colaborar para melhor acompanhamento da actualidade e debate das perspectivas de futuro.
Toda a colaboração é bem vinda.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Fotos antigas

Passagem de nível com guarda, na EN 105 no lugar de Poldrães.
Fechada para dar passagem à automotora.
Atendendo aos modelos dos veículos visíveis, a fotografia é da década de 60.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Fotos antigas

A foto não é tão antiga que se possa dizer que é uma antiguidade...
O mesmo pode ser dito da foto do "canudo" da traineira.
Antigo é o "canudo", em actividade, neste caso o da Fiatece.
( Estamos a contribuir, seguramente, para a diminuição das emissões de carbono... Mas, à custa da morte de toda uma indústria...)

domingo, 13 de dezembro de 2009

Fotos antigas

Canudo da "Traineira", em actividade cerca do ano 2000.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quando a Cooproriz comemora 75 anos...

A Cooperativa de Distribuição de Energia Eléctrica de Roriz está a
comemorar os seus 75 anos de existência.
A freguesia de Roriz, provavelmente porque tinha uma cooperativa como entidade proprietária da rede e do serviço escapou à centralização feita nos anos oitenta, que colocou todas as redes sob a alçada da EDP. A Cooproriz conseguiu subsistir e prospera.
A distribuição de energia eléctrica em S. Miguel das Aves era feita pela Junta de Freguesia, que poderia em data próxima comemorar oitenta anos de serviço se este não tivesse sido "engolido" pela EDP.
Saberá alguém fazer o "deve-haver" da entrega da rede e do serviço, sem outras contrapartidas para além do perdão da dívida de dezenas de milhares de contos que a Junta tinha, à época, com a fornecedora EDP?
Só mais um pequeno pormenor: ao que julgamos saber, a integração na EDP foi feita indirectamente, via SMAES (Serviços Municipalizados da Câmara de Santo Tirso) e não se conhece nenhuma deliberação da Junta em que o assunto seja aflorado.
Será que, atendendo ao modo como se passaram as coisas, somos forçados a considerar que ficar a dever as facturas à EDP e gastar a receita da venda de electricidade em terrenos, obras, subsídios... foi um acto de gestão inteligente e precavido?
Só se puder demonstrar-se que não havia outra solução. Roriz e Vilarinho, no concelho de Santo Tirso, tiveram outra solução.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Associação de Classe dos Operários da Ind. Textil de Negrelos


Os documentos do Arquivo do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social relativos à "Associação de Classe dos Operários da Indústria Têxtil de Negrelos", estão disponíveis aqui .
O requerimento de 1931 que solicita a aprovação dos Estatutos da Associação ( na imagem) foi assinado por José Pinto Carneiro, Francisco Sousa Andrade e Raul Lopes Guimarães.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mobiliário urbano...

A incluir no catálogo das obras de arte?
Ou apenas como pósfascio de documentos ilustrados de campanha eleitoral?
Ou como adenda à obra já inaugurada?

Que é interessante, lá isso é... Mas há que cuidar da relva, para que esta não desmereça a "instalação"...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Cruzamento - Romance


de Joaquim Ferreira Neto, 1923 - 2003

Ao meu vizinho e grande amigo:

João Pimenta

Edição de 1964

Composto e Imp. na Tip. das Aves


205 Páginas

Livro de estravagantes dramas, para sensibilidades finas e sentidas.
Grande criador de caracteres se afirma Ferreira Neto, sem o minimo de favor.

Com ironia e sarcasmo inventa as personagens, fazendo por vezes diabólicas caricaturas,
e levantando outras vezes padrões humanos de cruciante tragédia.

Romance para ler e recordar, vai ter - disso estamos certos - muito sectários e muitos detractores, mas, será precisamente esse divergir de ideias, esse entrechoque de opiniões o melhor prémio ao seu autêntico valor.

Rui Fontinha