sábado, 18 de maio de 2013

80 anos de Escutismo na Vila das Aves

" O escutismo católico, introduzido em Portugal pelo Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos, alma de gigante, entrou em S. Miguel das Aves no primeiro domingo de Outubro de 1933, com a formação do Grupo N.º 90, sob a égide de S. Miguel Arcanjo, tendo tido por madrinha Dª. Alice da Natividade Martins Dias Gouveia e por padrinho o padre Joaquim Carlos de Lemos. Teve a seguinte direcção: Chefe - Albano Ferreira Martins, Adjunto - Joaquim da Costa Carneiro, Secretário - Luís G. Mendes de Carvalho." (S. Miguel das Aves, Monografia, Padre Joaquim da Barca, pag. 138).

Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (10)


 (Publicado no Entre Margens)
28 – Fevereiro de 1963, dia 24, Domingo. “Vitória difícil num jogo fácil”, escrevia o cronista a respeito do Aves 2 – Cruz 1. “Se os jogos de futebol se decidissem como os de boxe, teríamos 80 pontos a favor e 20 contra”. A falta de desportivismo é a nota dominante da crónica deste jogo, dando conta de paragens que hoje já não são autorizadas: para repor a bola em jogo, vai um, vai outro e vem depois um terceiro… A derrota do visitante foi um justo castigo para esta falta de desportivismo.

29 – Aves 3 – Rio Ave 2, em reservas. Já demos conta antes da dificuldade em saber exactamente de que ano são algumas fotografias de equipas do Desportivo. Aqui vai mais uma foto que terá cerca de 50 anos, da equipa de reservas, mas de que não temos a certeza da época. Quem sabe esclarecer? 1962/63? 1963/64? Esperamos respostas dos leitores, identificando os atletas, se possível.

30 – Aves 1- Amarante 0. O Amarante só não empatou porque falhou uma grande penaliade. A escassez do resultado ficou a dever-se à falta de remate do Zé Pereira e à grande exibição do guarda-redes amarantino. “Quererá o Zé Pereira marcar golos só a 2 metros da baliza? Será que já não acredita no seu pontapé?”

31 - Aves 4 –Lixa 2. O Zé Pereira, diz o cronista, continua obstinado no seu sistema pessoal, o Dieste vem sendo notado pelo seu esforço, o Loureiro podia satisfazer a extremo direito visto que já não tem estofo para um lugar de muito trabalho… O próximo jogo é em Serzedo e “é preciso que os nossos atletas não vão para lá com a ideia de que se pode ganhar mas sim com a ideia de que é preciso ganhar, ainda que isso custe muitos sacrifícios.”
Com a vitória em Ramalde, as nossas reservas ficaram com o título de campeão ao seu alcance.

32 – Por Santo Tirso há a notícia de que o Tirsense mobilizou apoiantes que encheram 24 camionetas para o jogo com o Progresso e que, na semana seguinte, já era campeão distrital, com acesso à terceira divisão nacional. Ora esta dá acesso à tão desejada segunda divisão nacional  e “tendo uma equipa jovem, esperamos que seja este ano”.
Por estes dias pede-se no jornal a atenção da Câmara para o arranjo à volta da Capela do Senhor dos Passos, pois longos anos antes foram demolidos uns prédios e aquilo ficou com mau aspecto.
Recolho a notícia como pretexto para perguntar se ainda se lembram onde era a Capela do Senhor dos Passos, que está lá, eu sei, mas em local diferente, por ter sido deslocalizada…


Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (9)


  
25 – Retomamos a leitura do Jornal das Aves de 1963 antes de mais para verificar o resultado do jogo com o Valadares. Tenho muita pena, mas tenho que confirmar o resultado, mesmo que o leitor atento que nos interpelou garanta que tem a memória viva desse jogo… A memória é bem capaz de trair qualquer um, de modo a esconder um fracasso…

26 – “Vai sendo tempo de se pensar em arranjar um homem que vá pescando nas aldeias e freguesias vizinhas alguns rapazes com jeito e vontade para o futebol, a ver se logo que as tardes o permitam se pode começar a treinar uma escola de jogadores para a nossa equipa de juniores da próxima época.”
            São poucas as notícias de jogos de juniores e os registos fotográficos destas equipas também. A foto abaixo é de uma equipa júnior do Desportivo mas como não temos certeza da época a que se refere nem somos capazes de identificar todos os jovens presentes, desafiamos os leitores a fazê-lo. Colabore contactando o Entre Margens por carta, email ou através do facebook…

27 – Castelo 4 – Aves 5. “Se incluíssemos neste resultado mais dois golos que o árbitro inexplicavelmente anulou ao nosso grupo” … estaríamos com um resultado de andebol. “Estranho foi que a defesa se deixasse bater quatro vezes pelo último classificado.”
            Vencido o Castelo neste início de segunda volta, haverá embalagem para aguentar o comando da prova até ao fim?

Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (8)


 (Publicado no jornal Entre Margens)


22 – No mês de Janeiro de 1963, os resultados do Desportivo, de acordo com o Jornal das Aves, que tem sido a base deste nosso registo, foram:
            Aves 1- Rio Ave 1 , num dia de invernia e com o campo encharcado. Foi o primeiro ponto perdido em casa. “Os nossos adversários, mais bem constituídos, souberam aproveitar melhor as circunstâncias do tempo e do campo”.
            Marco 0 – Aves 3. No fim da primeira parte e já com o resultado referido, o árbitro deu o jogo por terminado, por ter sido apedrejado por adeptos do clube local. Diz o cronista que a equipa adaptou o jogo às circunstâncias e, vai daí, interroga-se se não terá sido em consequência do seu comentário na crónica anterior…
            Aves 5 – Senhora da Hora 1. “ O guarda-redes, no pouco que teve que fazer, esteve bem. O nosso grupo venceu mas a exibição não convenceu.” Ora, se ganhando assim, a equipa não convence, dá para pensar que já está o cronista a exceder-se… Se não, veja-se: “ O Zé Pereira, marcando três golos e sempre esquecido de que a linha da frente é composta por cinco elementos” e, salvo algum elogio ao Neira (“no seu normal”) ao Oliveira (“segunda parte acertada, mas na primeira teve falhanços de causar arrepios”) e Miranda (“a jogar em grande plano”), é crítico bastante para assegurar que “os restantes quase não se viram”!
            Aves 3 – Ramaldense 1. Fica tudo dito assim, tal e qual:” o jogo com o Ramaldense foi, simplesmente, um jogo à Ramaldense”.
            Rio Tinto 3 -  Aves 4. Superado mais um obstáculo.
            Valadares 3 – Aves 1. O fracasso desta saída dá azo a várias considerações tácticas do cronista: “se analisarmos aquela espécie de 4-2-4 que a nossa equipa pratica, chegamos à conclusão de que o sistema não está de acordo com as características dos nossos jogadores”. Resta-nos a consolação da derrota do Ermesinde e do empate do Valonguense.


23 – Vamos vendo, semana a semana no Jornal das Aves, o crescendo da discussão pelo nome das estações dos correios e do caminho de ferro (dois enclaves, titulava o seu texto um “velho avense”). Um colaborador, presença habitual na primeira página com uma “gazetilha” em verso sobre “fait-divers” propícios à crítica e com o bem apanhado pseudónimo de Tónio da Graça Barata deixou para a posteridade que “camelo não é cão / borrego não é leão / a galinha não é galo / a égua não é cavalo / eu cá não posso gramar / que queiram classificar / Vila das Aves – Negrelos ! / Essa não me entra no caco, nem que lhe abram um buraco / com três dúzias de martelos.”


24 – A electrificação do campo e a construção de uma sede eram, segundo o presidente Serafim Rodrigues em entrevista publicada a 26 de Janeiro de 1963, os grandes projectos do Club Desportivo das Aves. Percebe-se que não se falava em conquistar títulos, apenas em criar melhores condições para a prática desportiva e resolução da crise financeira. Recorde-se que, à data, a sede era na Rua Silva Araújo, junto do Mercado, onde funciona actualmente a Foto Avis.