sábado, 31 de janeiro de 2009

Os limites da freguesia de Vila das Aves

Transcrevo um texto inédito do Monsenhor José Ferreira, cujo título é "Para a História de Vila das Aves", com o sub-título
Marcos divisórios das freguesias de Vila das Aves, Lordelo e Riba de Ave
Havia um marco, precisamente na entrada das águas do Ribeiro de Luvazim no Rio Vizela, junto à antiga Fábrica dos Pentes. Este marco desapareceu do lugar onde estava, arrastado pela corrente das águas naquela grande cheia do ano de 1961 (1962?).
Segundo consta está ainda junto do lugar primitivo a servir de degrau, como pode informar o Sr. António Oliveira Marques Pinto, que naquela altura explorava as zenhas naquele lugar.
Encontrava-se ainda outro marco ao lado do Ribeiro de Luvazim, na estrada Nacional, mais ou menos na entrada da Fibrolite. Desapareceu quando as Obras Públicas subiram a estrada para desfazer um pouco a subida ali existente.
Havia ainda outro marco ao lado da presa de Lubazim muito perto da casa ali existente e construida há poucos anos, propriedade do Senhor José Pedrosa, de Lordelo, que desapareceu segundo informações do Senhor António Pereira de Carvalho, colhidas há mais de trinta anos, quando o Senhor Basilinho da Vinha mandou fazer a ramada ali existente, servindo-se daquela pedra, que enterrou para prender uma das arriostas. O informador ainda é no número dos vivos.
Desde o marco que existia junto ao Rio Vizela até ao lavadouro de Ringe, o limite entre as Aves e Lordelo é feito pelo Ribeiro de Luvazim. Neste ponto a linha divisória circunda o campo do falecido Francisco Machado Guimarães, campo que fazia parte da Quinta de Sobrado, segue pela antiga estrada Romana do Porto a Guimarães até junto do Marco sempre existente ao lado da dita estrada Romana, muito perto da casa onde morou durante muitos anos o Senhor Manuel Pedras. O campo a que nos referimos é aquele que a Junta de Freguesia da Presidência do Geraldes Garcia adquiriu por compra e onde a Junta de Freguesia explorou água para abastecer as casas do Antigo Fomento e a freguesia.
Em seguimento deste marco e na sua linha, encontra-se outro numa das leiras de Manuel José Garcia, embutido na parede que separa a dita leira da bouça contígua.
Havia outro marco, que desapareceu, junto à entrada da Quinta da Terra Seca, hoje propriedade da Senhora Dona Ermelinda Alves Carvalho de Araújo, de que são testemunhas fidedignas Bento Ferreira Neto com 89 anos e graças a Deus ainda com boa saúde, que foi caseiro da dita quinta durante mais de dezassete anos e depois dele já passaram por lá dois ou três caseiros de terras. Atestam ainda o facto António Pereira de Carvalho de 90 anos de idade e que ainda hoje atesta o mesmo sem titubear; que há mais de 35 anos comunicou e mostrou a Mons. José Ferreira, que está pronto a testemunhar ter passado junto dele algumas vezes. Este marco estava na linha do marco que se encontra no muro do Sr. Manuel Garcia.
Estava outro marco a pequena distância do muro que cerca a dita Quinta da Terra Seca, lado nascente, fora já do dito muro e numa bouça que diziam pertencer ao Sr. Bento Ribeiro de Lordelo.
Testemunham o facto António Pereira Carvalho e Mons. José Ferreira, que por várias vezes esteve junto acompanhado por seminaristas, que em passeio se dirigiam ao cimo do monte denominado Cabeças de Meninas, onde no ponto mais alto está o marco geodésico e ao lado vestígios bem evidentes duma antiga capela ou ermida dedicada a S. Sebatião de Cotelo a que se refere o Tombo de Riba de Ave.
SEgundo o mesmo Tombo de Riba de Ave, que é do ano de 1550 - citamos as palavras textuais- e ali, ermida de S. Sebastião, se acaba a demarcação entre a dita Igrja e Santo André de Sobrado e se começa com Santiago de Lordelo, e da dita ermida de S.Bastião vai ter e parte com a estrada pública, onde acaba a demarcação com Lordelo e se começa com a Igreja de Santa Maria de Guardizela e da dita estrada vai direito à aldeia de Penso....No lugar da capela, onde se destacam ainda as suas dimensões, pelas paredes dobradas dos primitivos alicerces, os seminaristas recolheram vários cacos de louça, telha e tijolos.
Podiam as Câmaras de Santo Tirso e Guimarães mandarfazer escavações para ver se ali no passado longínquo existiria algum Castro.
Segundo a opinião de várias pessoas que por lá têm passado, as duas Câmaras citadas deviam impedir que aqueles penedos, que parecem cabeças de meninas e dão o nome àquele monte e vêm citados em grandes caracteres em todos os mapas e cartas do exército, venham a ser destruídos em qualquer tempo.


Além dos marcos referidos, num outro texto são referidos dois relativos à fronteira co Riba de Ave: marco ao lado da estrada Aves - Riba d'Ave e marco desaparecido e retirado maldosamente junto ao Rio Ave, na Bouça de Fontamá, por baixo da canalização de água para a casa do falecido Conde de Riba de Ave.Alinhava perfeitamente com o marco de junto da estrada.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Sobrado.


Há vinte e cinco anos era assim.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Mistérios...


A "entrevista colectiva" com o Sr. Presidente da Câmara Municipal do Concelho que o Entre-Margens publicou contém algumas novidades ( ..."regeneração urbana" da Vila das Aves), algumas reposições de muito antigas prioridades ( ...a Quinta do Verdeal) e alguns ... mistérios.
O maior dos mistérios? Nova ponte sobre o Rio Vizela...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Indústrias.


Em 28 de Janeiro de 1937, no Jornal de Santo Thyrso, o correspondente de S. Miguel das Aves (o Padre Joaquim da Barca)escrevia:
"Da nossa aldeia de Sobrado têm saído, de há 5 meses a esta parte,muitos milhares de esplêndidos paralelipípedos para a estrada nacional..."
A produção de paralelipípedos para a pavimentação das estradas nacionais deixou buraco ainda visível ao lado esquerdo de quem desce para a igreijinha de Santo André.
Muitas décadas depois, a exploração da pedra ainda subsiste, agora na forma de cascalho e brita e num outro local. Mas o ritmo da exploração é outro e, por isso mesmo, muito maior é o buraco.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Meninas...


Os limites de Vila das Aves com Riba D'Ave e com Lordelo têm um ponto em comum num monte onde existe um marco geodésico e que a carta do exército assinala com a designação de "Meninas", também conhecido por "Cabeças de Meninas". Esta designação ficou a dever-se ao formato de dois penedos que aí existiam.

Os penedos existem, mas estão noutro sítio.Com legenda e tudo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Servicios" mínimos...

Para lembrar a notória falta de "servicios" na estação de Vila das Aves, quatro anos depois da inauguração, fica a foto das retretes da estação de Vila das Aves-Negrelos...
Mínimos que fossem ... os "servicios" serviam, numa aflição...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

19 de Janeiro: 4 anos de Estação

Passaram 4 anos sobre a re-inauguração da linha de Guimarães e da Estação de Vila das Aves.
Passados 4 anos, temos um serviço de Caminho de Ferro funcional mas uma estação fechada, sem serviços (designadamente "servicios" no significado castelhano de "WC"...)...Uma estação que começa a tomar forma de "elefante branco"...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Promessas...

( clique sobre a foto para ampliar)A foto foi feita no dia 17 de Janeiro de 2009, na vizinha freguesia de Bairro.
Que pensar disto? Nenhuma realidade corresponderá, jamais, a um tal sonho... A Fundação AG, que nunca o foi de verdade, finalmente dissolveu-se. O projecto utópico ficou em maquete, com guarda de honra de bombeiros. A quinta está entregue.
Veremos se o meio-sonho, igualmente utópico, da parte entregue aos Bombeiros, segue o caminho do outro sonho.
( Dez por cento do que foi gasto nos estudos, projectos, maquetes, cartazes, folhetos e campanhas teria sido bastante para arborizar a quinta, há vinte anos. Imagine-se aquele espaço com árvores de vinte anos...)

sábado, 17 de janeiro de 2009

de partida

Faleceu dia 15, com 93 anos o sr. Albano Gomes.

Foi atleta, treinador e dirigente do Clube Desportivo das Aves. É o último a partir, do conjunto de jovens que, em 1930, no campo da Tojela, constituiam a equipa do Clube Desportivo das Aves,
Foi membro da Comissão Pró-Estádio.
E deve ser recordado também pela sua disponibilidade em relação à prática desportiva, o que revela a sua crença nas virtudes do desporto: há quarenta anos, quando as instalações desportivas na freguesia se resumiam ao Campo Bernardino Gomes, a porta da sua propriedade estava aberta aos que pretendiam usufruir do seu court de ténis, fosse para jogar esta modalidade, fosse para jogar futebol ou para jogar voleibol.
O Clube Desportivo das Aves teve então uma secção de Voleibol que começou e cresceu aí e que aí fazia os seus jogos e os seus treinos.

de partida

Faleceu,dia 14, com 99 anos e a poucos dias de completar o centenário, o Padre Albertino Martins, capelão do Convento das Clarissas.
Esteve connosco 34 anos e tinha sido anteriormente pároco em Pevidém.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Presépios... com neve autêntica

Presépios em lugares públicos, criados por diversos grupos de catequese: começa a tornar-se tradição. Mas, com neve autêntica, com este ano, não será comum...
Presépio da Rotunda do Centro de Saúde


Presépio no Jardim do Quartel dos Bombeiros

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Neve


Não é frequente, por cá, mas acontece... Se duas observações permitem construir uma amostra, diremos que acontece de 25 em 25 anos, qualquer coisa como 4 vezes por século...

sábado, 3 de janeiro de 2009

100 anos a "turbinar" o Rio Vizela...

De acordo com a brochura comemorativa dos 150 anos da Fábrica do Rio Vizela ( Edição da Câmara Municipal de Santo Tirso ) a Central Hidro-eléctrica de Caniços foi construida em 1908.
Parece que o equipamento se encontra em serviço ainda é o original, o que constitui uma proeza técnica impressionante. (Espero poder confirmar, brevemente, esta informação).
Foi com os excedentes de produção eléctrica da Fábrica do Rio Vizela que se começou a electrificação de S. Miguel das Aves, cuja Junta de Freguesia se proprietária da rede e distribuidora.
A nacionalização da rede eléctrica depois do 25 de Abril retirou à Junta de Freguesia esse previlégio, sem que alguma vez tenha sido recebida indemnização pelo património nacionalizado. No nosso concelho apenas uma freguesia escapou a essa onda e ainda hoje mantem uma rede privada: a freguesia de Roriz, cuja rede pertencia ( e pertence) a uma Cooperativa. Curiosamente, terá sido a estrutura cooperativa da sociedade detentora da rede a razão da sua não nacionalização.
A nacionalização não foi feita directamente para a EDP. Passou primeiro pela integração nos SMAES ( Serviços Municipalizados de Água, Electricidade e Saneamento) da Câmara, quando era Presidente da Junta de Freguesia o Prof. José Pacheco e presidente da Câmara o Dr. Joaquim Couto, ambos eleitos pelo Partido Socialista ( 1982 - 1985).
Aparentemente não terá havido nenhuma negociação relativa ao património e infra-estrutura. Ficou tudo pelas dívidas, que as havia, de muitos meses, da Junta à EDP, numa altura em que, por falta de investimento, a rede se encontrava sobrecarregada e obsoleta.

Nota ( em 6/01/09): de acordo com informação do Sr. Engº Gonzaga de Carvalho, a Central de Caniços tem "dois grupos respectivamente de 1905 e 1908 e que trabalharam até há poucos anos e que infelizmente terão sido vandalizados".
Afinal, a "turbinagem" do Rio Vizela em Caniços tem mais de 100 anos...