segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Da Junta de Parochia à Junta de Freguesia 5

Nos tempos em que o pároco era o presidente

Os conflitos na Junta da Parochia entre o presidente (pároco) e os restantes membros agudiza-se e isso talvez tenha a ver com os antecedentes que levaram ao derrube da Monarquia. As ideias republicanas que entretanto se disseminavam, por certo não foram alheias a um antagonismo crescente no seio da autarquia. Recorde-se que a lei impunha como presidente o pároco.
Em 25 de Julho de 1897, o presidente comparece à reunião da Junta e diz-se pronto a que se faça o inventário “de boa vontade” que os restantes membros tinham pedido anteriormente e que o presidente tinha recusado. Perante esta mudança de atitude, estes protestam e afirmam que o pároco/presidente só o fizera perante a intimação do município, para quem tinham recorrido. Feito, finalmente, o inventário, teria a seguinte conclusão: “Verifica-se que faltam: 1 colher de prata; 1 casula cor-de-rosa; 1 casula preta; 2 palas; 1 jogo de galhetas de estanho; 1 armário de guardar paramentos; 1 reitoral de Paulo V; 2 opas de primieira vermelha; 2 reposteiros das portas da sacristia; um banco de pau; um esquife; uma talha para azeite; um jogo de medidas para medir pão; duas cortinas de panos de guarnecer as janelas da capela-mor; um pano de damasco branco da estante do missal.” Considerando que houve viciação do inventário, a maioria da Junta decidiu participar o facto ao administrador (do concelho) demarcando-se do acto.
Há um claro braço de ferro entre o presidente e pároco e os outros elementos membros da Junta, braço de ferro que se irá prolongar durante algum tempo, até que o presidente da Junta deixa de ser o pároco da freguesia, o que virá a acontecer nos anos que se seguiram à implantação da República (Reposição do Cod. Administ.de 1878 que retira a presidência aos párocos). (Na foto, António Rodrigues Sampaio, autor do Código)
Entretanto, o presidente da Junta deixa de comparecer às reuniões e disso dão conta os restantes elementos, ao “Delegado do Procurador Régio” e ao governador civil. Durante o ano de 1898, foram várias as vezes em que o presidente/pároco, Abade Adriano Filippe se opôs a medidas propostas pelos outros elementos da Junta, nomeadamente a obra na “extinta egreja de Romão” e o pagamento por missas (“ao domingo e dias feriados pertencentes ao legado que pagou a Misericórdia de Santo Thyrso”) ao 1Pe Augusto José Coelho. A acta de 24 de Julho de 1898 dá também conta dos protestos do presidente contra as afirmações constantes do relatório que acompanhava o Orçamento, considerando-as “injustas e bexatórias”.
Porém, o presidente/pároco não estava só. Na acta de 11 de Setembro desse mesmo ano, regista-se que “uma reclamação contra o orçamento assignado por alguns parochianos”, dizendo-se “os maiores contrivuintes da freguezia”. Finalmente, na acta de 19 de Fevereiro de 1899, está escrito: “(…) recusando-se o Revº Abbe de esta freguezia, a cantar as missas do lausperene mençal pelo preço de quatorze mil e quatro centos réis (…) exigindo a quantia de vinte mil réis (…).

Resultados

Do acto eleitoral de 27/09/2009 ( Ass.Rep.), comparando com 2005:
PS 2401 votos - 47% ( 2731 - 53,5% em 2005)
PSD 1437 votos - 28% ( 1296 - 25,4% em 2005 )
BE 533 votos - 10% ( 343 - 6,7% em 2005)
CDS 321 votos - 6% ( 302 - 5,9% em 2005 )
PCP 202 votos - 4% ( 224 - 4,4% em 2005 )
Votantes/ inscritos: 5113/7766=66% ( 5103/7461=68% em 20059

sábado, 26 de setembro de 2009

Quem falou em boatos?

Segundo consta, "boato" foi uma das palavras fortes usadas na apresentação pública dum dos candidatos autárquicos locais, porventura a ensaiar uma estratégia de vitimização já encetada em referências a uns "outdoors" danificados...
A alusão ao "boato" fez-me lembrar um documento que julgo com direito a figurar numa antologia de comunicação eficaz, o qual guardo cuidadosamente num dossier de papéis velhos...
De notar que, no contexto actual, é perfeitamente pertinente demonstrar que um boato não passa de um boato e alertar de que devemos permanecer atentos a todas ondas de especulações que têm como objectivo final denegrir pessoas...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Não há bela sem senão... II


De facto, esta "Obra emblemática" como todas as que se destinam a encher o olho para eleições estão cheias de "senões"...
Aqui se junta outra.

Luz no Pântano - poemas


de Joaquim Ferreira Neto

(Ferreira Neto, 1923-2003).

Edição de 1959, Vila das Aves

Composto e Imp. na Tipografia das Aves



40 páginas


SANGUE CAMUFLADO

Agrilhoaram-te o corpo enregelado,
por não usares das suas ideias?!...
Nunca tragas o sangue camuflado,
mostrando ao mundo a cor das tuas veias!

Quem vence - não será o vencedor,
se fez da tirania o seu pendão!
A paz, a liberdade e o amor,
trindade oposta oposta à escravidão!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Não há bela sem senão..."

"Obra emblemática" é a designação oficial nos discursos e nos "Comunicar" com que a excelentíssima Câmara nos enche os olhos de milhões e mais milhões de euros, procurando comprimir o tempo e fazer parecer presente o passado mais ou menos recente... Como é curioso que nunca ninguém nos mostre em letras gordas quantos os milhões e milhões que dos nossos impostos colocámos nas mãos dos autarcas... E quanto desse dinheiro vem sendo malbaratado em papel profusamente ilustrado para nos convencer da generosidade inigualável dos autarcas que, com o que é nosso, nos vem rematar com "frase lapidar" que "nas zonas da Manguela e Tojela"(?!), "eu procuro fazer o melhor por Vila das Aves"...
Pois... E adei? Não é a sua obrigação? Porquê tanto papel? É a Câmara que precisa de ver reconhecido o mérito da obra feita em dez ou vinte anos? Ou é antes a expectativa de ver revertido em benefício do candidato o resultado da obra do autarca?
O dinheiro gasto em tanto papel é dinheiro de todos.
A Câmara tem por obrigação "Comunicar" quanto delapidou em papel.
( Que a rua seja "um belíssimo trabalho", está bem. Que o Largo tivesse sido transformado "num dos melhores espaços naturais de Vila das Aves", enfim....Agora que a guia do passeio tenha de ficar como se vê, só dá razão ao povo: no melhor pano cai a nódoa...)

sábado, 19 de setembro de 2009

Parque da Quinta dos Pinheiros: Estudo Prévio


Uma equipa de jovens arquitectos paisagistas liderada pela nossa conterrânea Marla Gomes apresentou ontem, no Salão Nobre da Junta de Freguesia, um estudo prévio do futuro Parque da Quinta dos Pinheiros.

O primeiro passo fica dado: excelente, por sinal.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Ainda o "Prémio Municipal de Arquitectura"

Não sei quem se candidatou a este prémio, mas este "monumento arquitectónico" há anos erguido em plena Tojela, bem mereceria uma qualquer distinção, bem assim como todos os que contribuiram para que o mesmo aí fosse erguido.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Engiaves recebe Prémio Municipal de Arquitectura

No site da Câmara Municipal, inserido em notícia relativa à apresentação de um livro sobre o concelho, pode ler-se:

"JÁ FOI ENTREGUE O PRÉMIO MUNICIPAL DE ARQUITECTURA
A cerimónia de apresentação do livro incluiu também a entrega do Prémio Municipal de Arquitectura e Urbanismo criado pela Câmara Municipal de Santo Tirso com o objectivo de distinguir projectos em que autenticidade e originalidade se conjugam de forma harmoniosa com uma eficaz integração na área envolvente e com a qualidade geral dos espaços propostos.
Com a atribuição do Prémio Municipal de Arquitectura e Urbanismo – que tem o valor de cinco mil euros (a distribuir 50% pelo autor, 30% pelo promotor e 20% pelo construtor) – a Câmara Municipal de Santo Tirso pretende incentivar a qualidade arquitectónica dos projectos, enaltecendo os bons exemplos de construção, reconstrução, alteração ou ampliação de imóveis, e ainda obras de qualificação de espaços exteriores de uso público.
Vencedor:
Autor: João Álvaro Rocha – Arquitectos, S.A.
Promotor: ENGIAVES- Sociedade de Construção Civil, Lda.
Construtor: ENGIAVES- Sociedade de Construção Civil, Lda. "


A notícia parece revelar algum pudor em revelar que o projecto premiado se situa na Vila das Aves...
Está de parabéns quem recebe assim algum reconhecimento pela grande valia dos sucessivos projectos que tem promovido, promovendo um soberbo desenvolvimento da imagem urbanística da nossa Vila.
(Longe vão os tempos em que uns quantos "iluminados" criticavam de forma "politicamente" empenhada um certo prédio a que chamavam "prédio torto").

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Amieiro Galego - um relatório do INETI (2004)

"O interesse da JFVA em apurar as potencialidades de exploração da referida nascente, que foi durante um largo período de tempo explorada ilegalmente como termas, vai ao encontro da actual política do Estado para o sector, no sentido de fomentar a actividade termal, tecnicamente sustentada"
"A qualificação de uma água como "agua mineral natural" não é um processo imediato e está sujeita a regulamentação específica, nos termos dos Decretos-Lei nº 90/90 e nº86/90, ambos de 16 de Março. O empenho da JFVA na preservação da Nascente do Amieiro Galego, acarinhada pela população de Vila das Aves, levou a que tenha sido agendada por parte do INETI (...) uma reunião (...) com objectivo de clarificar os mecanismos legais e técnicos que poderiam ser accionados no caso de se prosseguir com o projecto de qualificação do potencial recurso hidromineral."

" A referida reunião teve lugar no passado dia 23 de Abril, tendo ficado acordado que, numa primeira fase, se efectuaria uma visita ao local onde se localiza a nascente de água sulfúrea, para reconhecimento preliminar da geologia, hidrogeologia, características da captação e acessibilidades ao local. A visita de reconhecimento teve lugar no dia 21 de Setembro de 2004 (...)."

" Caso exista a possibilidade de se avançar com o processo de qualificação da água do Amieiro Galego como "água mineral natural", é fundamental compreender o funcionamento do respectivo sistema aquífero hidromineral, para que no futuro se possa garantir a qualidade e a quantidade do recurso."

" O estado actual da captação do Amieiro Galego não oferece quaisquer garantias para a conservação da necessária estabilidade que a água tem de apresentar ao longo do ano hidrológico. Neste sentido, é essencial a substituição da captação actual por uma captação com características técnicas adequadas, que salvaguarde e acautele a utilização do recurso e evite a degradação e poluição do mesmo. (...)"

"O reconhecimento e exploração de um dado recurso hidromineral, outrora limitado às emergências naturais, deixou de satisfazer as exigências actuais. Na indústria das águas minerais naturais, a tolerância relativamente a desvios de qualidade físico-química e microbiológica é actualmente muito pequena".

"Pelas suas características bem evidentes relacionadas com o quimismo, que lhe confere a designação de água sulfúrea, a água da Nascente do Amieiro Galego tem muito boas possibilidades de vir a ser qualificada como "água mineral natural". No entanto, a qualificação da Nascente do Amieiro Galego como "água mineral natural" está condicionada a toda a instrução do correspondente processo e apenas será concretizada caso se verifiquem as condições do Artº 3º do D.L. (...) , seguindo toda a tramitação processual inerente a estas situações."
Foto do balneário visto da margem direita do Rio Ave retirada do site: http://www.aguas.ics.ul.pt/porto_smaves.html

sábado, 12 de setembro de 2009

Amieiro Galego: o que é, do ponto de vista termal.

O site
"O NOVO AQUILÉGIO" ,
"– um site que disponibiliza um extenso inventário de nascentes portuguesas com reportados usos terapêuticos, das termas mais famosas às fontes menos conhecidas. Este inventário, organizado por distritos e por categorias de uso da água termal, reúne imagens, registos de localização, dados patrimoniais, fichas técnicas, notas de campo, referências bibliográficas e excertos informativos colhidos no decurso dos projectos",descreve o Amieiro Galego de forma detalhada na classificação de "Banhos Desactivados".

Algumas informações não parecem muito rigorosas:"A Junta de Freguesia de Riba de Aves anuncia um “Acordo para a utilização das Águas de Amieiro Galego”, de carácter anual, feito com o proprietário, que prevê a cedência da chave dos portões a quem queira recolher esta água mineral."

O site vale bem uma visita para conhecer o que se sabe do Amieiro Galego do ponto de vista termal.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Amieiro Galego é da Vila das Aves

Para uma possível placa ao lado da que existe, a data é 10 Setembro 2009; o texto deverá reflectir a ideia de terem sido compradas por quem representa o Povo (a Junta de Freguesia), por vontade do Povo, expressa na Assembleia de Freguesia.


A placa que existe reflecte a vontade "revolucionária" do Povo, em 1975.


Com placa ou sem ela, a vontade do Povo em 2009 foi serena e democraticamente reflectida na diligência dos autarcas: para o sucesso da licitação feita em tribunal terá sido necessário superar vontades adversas de quem pretende assumir-se, sem mandato democrático, interprete mor da vontade dos avenses contando com o apoio implícito de quem devia apoiar de forma inequívoca os legítimos interesses da Vila das Aves.

sábado, 5 de setembro de 2009

Quem é amigo, quem é?


A ponte de Caniços vai ser recuperada para o trânsito de peões: Refer, Câmara de Santo Tirso e Câmara de V.N. de Famalicão assinaram protocolo, logo homologado pela Secretária de Estado dos Transportes.

O site da Refer especifica: "O Protocolo de Colaboração contempla:

1. A disponibilização pela REFER da antiga ponte ferroviária de Caniços para adaptação a trânsito pedonal;

2. A realização pelos municípios de Santo Tirso e Famalicão dos trabalhos de adaptação do tabuleiro ferroviário à circulação pedonal, e criação dos respectivos acessos.

A REFER comparticipa os custos desta adaptação até ao montante de 251.825,00 euros, e disponibiliza aos municípios o projecto de adaptação desenvolvido para o efeito. A adaptação da ponte permitirá a sua utilização pelas populações limítrofes das freguesias de Bairro (concelho de Vila Nova de Famalicão) e de Vila das Aves (concelho de Santo Tirso), melhorando significativamente a sua mobilidade".

O site "Santo Tirso Digital" trata o assunto com fotografia e texto elaborado mas que, logo no segundo parágrafo transforma a comparticipação da REFER em custo total, a ser comparticipado pela REFER, o que não deixa de ser curioso.

Assinalei no texto a seguir transcrito, "ripado" no "Santo Tirso Digital" (mas que parece ter "copyright" noutro sítio) alguns pormenores interessantes:

... a Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino enalteceu a “capacidade de entendimento entre as partes” e adiantou que “é a falar que a gente se entende”, confidenciando que “foi assim, pela insistência no diálogo” que soube através do seu - “caro amigo e presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, Castro Fernandes” - que a situação já se arrastava “há cerca de seis anos” e que em causa estava “a segurança das populações de Vila das Aves e de Bairro, dois importantes núcleos habitacionais na zona. “Ora, porque este problema já não se podia arrastar por mais tempo”, lembrou, “estamos aqui hoje a assinar esta parceria”. E concluiu realçando que é com este “tipo de parcerias entre as administrações central e local” que se consegue “preservar o nosso património e história” [a ponte tem quase 150 anos] e promover a “qualidade de vida das nossas populações”.
Depois de referir “ter atravessado a ponte muitas vezes enquanto miúdo, uma vez que vivia nessa altura em Vila das Aves”, Castro Fernandes afirmou que “este assunto constituía há muito uma preocupação para a Câmara Municipal de Santo Tirso” tanto mais, adiantou “trata-se de um acesso muito usado pelas populações de Vila das Aves e de Bairro”. “Foi um processo muito complexo, houve demoras na sua resolução” disse, mas “graças à mediação da Secretaria de Estado dos Transportes e à boa cooperação entre as duas Autarquias foi possível chegar “a este excelente acordo” que vai permitir “mais segurança e melhor mobilidade às nossas populações” concluiu.


Faz parte do processo comunicacional em uso pelas autarquias valorizar o esforço feito para superar dificuldades enormes e processos complexos, para nos fazer crer no sucesso político estrondoso em que consistiu o desenlace final...

Quando afinal, lendo claro o comunicado da REFER, esta dá a ponte, dá o projecto e dá o dinheiro para a requalificar e só estava à espera que as Câmaras tivessem a sensibilidade de aceitar a oferta, disponibilizassem algum para construir acessos adequados e manifestassem vontade de tratar a coisa em comum...
Que bom ter amigos no governo, para pôr as pessoas a falar...

Trata-se de uma boa notícia. Já tínhamos falado nisto aqui , solicitando aos autarcas que fizessem as promessas mas que se não ficassem por elas.

( Sobre o atravessar a ponte em miúdo, só como travessura mesmo.... Os mais, atravessamos o rio, pela ponte: eventualmente a pé, transgredindo a proibição...Mas fizemo-lo, sobretudo, de comboio...)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pré-época (2)

Será que 2000 exemplares duma publicação de 150 páginas, em papel couché, distribuídos em mão, selectivamente (lista nominativa), por viatura camarária são, eles próprios, INVESTIMENTO PÚBLICO MUNICIPAL?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pré-época...

Em "futebolês" chamam-lhe pré-época...












Assim vai a pré-época campanha da autarquia que nos é mais próxima.




Vivam!


Retomemos as lides...