segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Rampa - poesia

de Joaquim Ferreira Neto, 1923 - 2003

Ao ilustre amigo e conterrâneo:

Monsenhor José Ferreira

Edição de 1964

Composto e Imp. na Tipografia das Aves


40 Páginas

IX

O silêncio,
as crianças, os rios e as flores;
a poesia, as aves e as estrelas;
O sorriso, a ilusão, a primavera e as fontes;
São o mundo imensurável
da beleza perene

O super-mundo

O mundo que só os poetas atingem,
no seu acontecer de gestos
que não trazem
a vida estudada, mistificada,
nas horas que os relógios
não contam.

Pudesse o outro mundo,
o mundo sujo,
o mundo do barulho, dos interesses,
da hipócrisia, da ambição, da bajulice,
da vaidade, do ódio, da mentira e da miséria,

compreende-lo em toda a sua plenitude

Então

até no sabugo, no lôdo dos pântanos,
se recriavam as plantas
da verdade,
e todos os homens se viam irmãos
e se espelhava o Céu.

3 comentários:

  1. Caro
    A data de nascimento de Ferreira Neto é 1923 e não 1953.

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  2. É claro que é 1923 e não 1953, conforme já por várias vezes aqui referi.

    Foi distracção.

    Muito obrigado já corrigi.

    PS: é óptimo ter alguem atento...

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  3. Esta será, talvez, a fase menos "ateia" de Ferreira Neto...

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