O texto de 1902 de Alberto Pimentel, transcrito nos posts anteriores, refere a certa altura que "o vapor substituiu a água" e que a água do rio Vizela "serve para o consumo das oficinas, sem que todavia seja aproveitada como motor".
De facto, no seus primórdios, a fábrica dependia da energia da água para movimentar os seus sistemas mecânicos; na fase descrita por Alberto Pimentel, o vapor (produzido em caldeiras, com queima de carvão) substituiu a água na movimentação dos sistemas mecânicos (máquinas a vapor). O factor determinante da localização inicial da indústria (existência de queda de água (açude)) deixa de ser determinante. Passa a ser determinante a localização junto do caminho de ferro. O depósito do carvão (foto) é abastecido directamente dos vagões do caminho de ferro e o abastecimento à fábrica é feito por vagonetas puxadas por mulas. A água a transformar em vapor seria, naturalmente, a do rio.
À data em que Alberto Pimentel escrevia, uma grande mudança tecnológica se aprestava para transformar todo a descrição da indústria: a energia eléctrica, de origem hídrica, tornando novamente determinante ( pelo menos parcialmente...) a localização que a fábrica já tinha.
( A primeira fábrica têxtil concebida desde o início para utilizar energia eléctrica foi a Textil Electrica, de Bairro, em 1905. A Fábrica de Negrelos construiu a sua central em "Monte", S. Miguel das Aves em 1908. Mas, não terá começado mais cedo a produzir electricidade?
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