15 – O nosso clube ganhou em casa ao
Serzedo com certa dificuldade. Houve uma quebra de rendimento devido ao facto
do nosso grupo ter jogado todo o jogo praticamente com dez elementos. “Estará o
nosso clube necessitado de utilizar jogadores em inferioridade física? Podemos
afirmar que não. Então porque se fez alinhar Armando Almeida naquelas
condições? Será por ter marcado dois golos na Lixa ou até porque fez uma boa
exibição? E se na semana seguinte a uma boa exibição ele ou outro qualquer
partir uma perna, no domingo seguinte irá para o campo jogar de muletas?”
16 – Os juniores fizeram um jogo
agradável contra o Tirsense mas depois “recuaram até eles mesmos”. A utilização
indiscriminada da bancada nesse jogo deu origem a uma iniciativa da direcção
para garantir que a bancada seja para os sócios que a ela tenham direito. Outro
aspecto, dizia o cronista, é o de estar sentados, porque estar de pé prejudica
a visibilidade dos que estão sentados. “Se o assento está frio, ou húmido,
aluguem uma almofada, que o Clube tem lá muitas para esse fim e, se não querem
gastar os dez tostões, tragam uma de casa, que também não é proibido.”
17 – O resultado do jogo contra o
Valonguense (4-1, a nosso favor) foi bom. Mas a expulsão do Dieste e os
desacatos que levaram à interdição do campo eram dispensáveis. E, no jogo
seguinte, a equipa, que ainda só tinha sofrido três golos, foi perder a
Ermesinde por 5-1. Uma desilusão: “um guarda redes muito batido, uma defesa sem
segurança e a oferecer brindes, uma linha avançada toda desligada…”
18 – O cronista do Jornal das Aves,
que temos seguido de perto para escrever estes textos, a certa altura do início
da época desabafava: “…tivemos um clube grande na mão dos grandes e agora temos
um clube pequeno na mão dos pequenos (…).É que, salvo honrosíssimas excepções
esses senhores até deixaram de ser vistos no campo e na sede. Como há-de o
nosso clube progredir?”.
A escolha da direcção, no início do
Verão, não tinha sido fácil mas provou que um clube pode progredir mesmo que os
“grandes” não apareçam.
Era assim o elenco directivo de 1962/63:
Serafim Rodrigues , presidente; José Ferreira Dias, vice-presidente; Abílio de
Oliveira e José Xavier Coelho, secretários; Luís Gomes Magalhães e António
Oliveira Marques Pinto, tesoureiros; Ernesto Correia de Sá e Joaquim Gomes de
Sousa Nogueira, vogais.
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