domingo, 30 de dezembro de 2012

Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (6)



15 – O nosso clube ganhou em casa ao Serzedo com certa dificuldade. Houve uma quebra de rendimento devido ao facto do nosso grupo ter jogado todo o jogo praticamente com dez elementos. “Estará o nosso clube necessitado de utilizar jogadores em inferioridade física? Podemos afirmar que não. Então porque se fez alinhar Armando Almeida naquelas condições? Será por ter marcado dois golos na Lixa ou até porque fez uma boa exibição? E se na semana seguinte a uma boa exibição ele ou outro qualquer partir uma perna, no domingo seguinte irá para o campo jogar de muletas?”

16 – Os juniores fizeram um jogo agradável contra o Tirsense mas depois “recuaram até eles mesmos”. A utilização indiscriminada da bancada nesse jogo deu origem a uma iniciativa da direcção para garantir que a bancada seja para os sócios que a ela tenham direito. Outro aspecto, dizia o cronista, é o de estar sentados, porque estar de pé prejudica a visibilidade dos que estão sentados. “Se o assento está frio, ou húmido, aluguem uma almofada, que o Clube tem lá muitas para esse fim e, se não querem gastar os dez tostões, tragam uma de casa, que também não é proibido.”

17 – O resultado do jogo contra o Valonguense (4-1, a nosso favor) foi bom. Mas a expulsão do Dieste e os desacatos que levaram à interdição do campo eram dispensáveis. E, no jogo seguinte, a equipa, que ainda só tinha sofrido três golos, foi perder a Ermesinde por 5-1. Uma desilusão: “um guarda redes muito batido, uma defesa sem segurança e a oferecer brindes, uma linha avançada toda desligada…”

18 – O cronista do Jornal das Aves, que temos seguido de perto para escrever estes textos, a certa altura do início da época desabafava: “…tivemos um clube grande na mão dos grandes e agora temos um clube pequeno na mão dos pequenos (…).É que, salvo honrosíssimas excepções esses senhores até deixaram de ser vistos no campo e na sede. Como há-de o nosso clube progredir?”.
A escolha da direcção, no início do Verão, não tinha sido fácil mas provou que um clube pode progredir mesmo que os “grandes” não apareçam.
 Era assim o elenco directivo de 1962/63: Serafim Rodrigues , presidente; José Ferreira Dias, vice-presidente; Abílio de Oliveira e José Xavier Coelho, secretários; Luís Gomes Magalhães e António Oliveira Marques Pinto, tesoureiros; Ernesto Correia de Sá e Joaquim Gomes de Sousa Nogueira, vogais.

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