" O escutismo católico, introduzido em Portugal pelo Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos, alma de gigante, entrou em S. Miguel das Aves no primeiro domingo de Outubro de 1933, com a formação do Grupo N.º 90, sob a égide de S. Miguel Arcanjo, tendo tido por madrinha Dª. Alice da Natividade Martins Dias Gouveia e por padrinho o padre Joaquim Carlos de Lemos. Teve a seguinte direcção: Chefe - Albano Ferreira Martins, Adjunto - Joaquim da Costa Carneiro, Secretário - Luís G. Mendes de Carvalho." (S. Miguel das Aves, Monografia, Padre Joaquim da Barca, pag. 138).
Tombo que se vai fazendo das coisas e dos factos do presente e do passado de Vila das Aves
sábado, 18 de maio de 2013
Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (10)
28 – Fevereiro
de 1963, dia 24, Domingo. “Vitória difícil num jogo fácil”, escrevia o cronista
a respeito do Aves 2 – Cruz 1. “Se os jogos de futebol se decidissem como os de
boxe, teríamos 80 pontos a favor e 20 contra”. A falta de desportivismo é a
nota dominante da crónica deste jogo, dando conta de paragens que hoje já não são
autorizadas: para repor a bola em jogo, vai um, vai outro e vem depois um
terceiro… A derrota do visitante foi um justo castigo para esta falta de
desportivismo.
29 – Aves 3
– Rio Ave 2, em reservas. Já demos conta antes da dificuldade em saber exactamente
de que ano são algumas fotografias de equipas do Desportivo. Aqui vai mais uma
foto que terá cerca de 50 anos, da equipa de reservas, mas de que não temos a
certeza da época. Quem sabe esclarecer? 1962/63? 1963/64? Esperamos respostas
dos leitores, identificando os atletas, se possível.
30 – Aves 1- Amarante 0. O Amarante só não
empatou porque falhou uma grande penaliade. A escassez do resultado ficou a
dever-se à falta de remate do Zé Pereira e à grande exibição do guarda-redes
amarantino. “Quererá o Zé Pereira marcar golos só a 2 metros da baliza? Será
que já não acredita no seu pontapé?”
31 - Aves 4
–Lixa 2. O Zé Pereira, diz o cronista, continua obstinado no seu sistema
pessoal, o Dieste vem sendo notado pelo seu esforço, o Loureiro podia
satisfazer a extremo direito visto que já não tem estofo para um lugar de muito
trabalho… O próximo jogo é em Serzedo e “é preciso que os nossos atletas não
vão para lá com a ideia de que se pode ganhar mas sim com a ideia de que é
preciso ganhar, ainda que isso custe muitos sacrifícios.”
Com a
vitória em Ramalde, as nossas reservas ficaram com o título de campeão ao seu
alcance.
32 – Por
Santo Tirso há a notícia de que o Tirsense mobilizou apoiantes que encheram 24
camionetas para o jogo com o Progresso e que, na semana seguinte, já era
campeão distrital, com acesso à terceira divisão nacional. Ora esta dá acesso à
tão desejada segunda divisão nacional e “tendo
uma equipa jovem, esperamos que seja este ano”.
Por estes
dias pede-se no jornal a atenção da Câmara para o arranjo à volta da Capela do
Senhor dos Passos, pois longos anos antes foram demolidos uns prédios e aquilo
ficou com mau aspecto.
Recolho a
notícia como pretexto para perguntar se ainda se lembram onde era a Capela do
Senhor dos Passos, que está lá, eu sei, mas em local diferente, por ter sido
deslocalizada…
Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (9)
25 – Retomamos
a leitura do Jornal das Aves de 1963 antes de mais para verificar o resultado
do jogo com o Valadares. Tenho muita pena, mas tenho que confirmar o resultado,
mesmo que o leitor atento que nos interpelou garanta que tem a memória viva
desse jogo… A memória é bem capaz de trair qualquer um, de modo a esconder um
fracasso…
26 – “Vai
sendo tempo de se pensar em arranjar um homem que vá pescando nas aldeias e freguesias
vizinhas alguns rapazes com jeito e vontade para o futebol, a ver se logo que
as tardes o permitam se pode começar a treinar uma escola de jogadores para a
nossa equipa de juniores da próxima época.”
São poucas as notícias de jogos de
juniores e os registos fotográficos destas equipas também. A foto abaixo é de
uma equipa júnior do Desportivo mas como não temos certeza da época a que se
refere nem somos capazes de identificar todos os jovens presentes, desafiamos
os leitores a fazê-lo. Colabore contactando o Entre Margens por carta, email ou
através do facebook…
27 – Castelo
4 – Aves 5. “Se incluíssemos neste resultado mais dois golos que o árbitro
inexplicavelmente anulou ao nosso grupo” … estaríamos com um resultado de
andebol. “Estranho foi que a defesa se deixasse bater quatro vezes pelo último
classificado.”
Vencido o Castelo neste início de
segunda volta, haverá embalagem para aguentar o comando da prova até ao fim?
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Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (8)
(Publicado no jornal Entre Margens)
22 – No mês de Janeiro de 1963, os
resultados do Desportivo, de acordo com o Jornal das Aves, que tem sido a base
deste nosso registo, foram:
Aves
1- Rio Ave 1 , num dia de invernia e com o campo encharcado. Foi o primeiro
ponto perdido em casa. “Os nossos adversários, mais bem constituídos, souberam
aproveitar melhor as circunstâncias do tempo e do campo”.
Marco
0 – Aves 3. No fim da primeira parte e já com o resultado referido, o árbitro
deu o jogo por terminado, por ter sido apedrejado por adeptos do clube local.
Diz o cronista que a equipa adaptou o jogo às circunstâncias e, vai daí,
interroga-se se não terá sido em consequência do seu comentário na crónica anterior…
Aves
5 – Senhora da Hora 1. “ O guarda-redes, no pouco que teve que fazer, esteve
bem. O nosso grupo venceu mas a exibição não convenceu.” Ora, se ganhando
assim, a equipa não convence, dá para pensar que já está o cronista a
exceder-se… Se não, veja-se: “ O Zé Pereira, marcando três golos e sempre
esquecido de que a linha da frente é composta por cinco elementos” e, salvo
algum elogio ao Neira (“no seu normal”) ao Oliveira (“segunda parte acertada, mas
na primeira teve falhanços de causar arrepios”) e Miranda (“a jogar em grande
plano”), é crítico bastante para assegurar que “os restantes quase não se
viram”!
Aves
3 – Ramaldense 1. Fica tudo dito assim, tal e qual:” o jogo com o Ramaldense
foi, simplesmente, um jogo à Ramaldense”.
Rio
Tinto 3 - Aves 4. Superado mais um
obstáculo.
Valadares
3 – Aves 1. O fracasso desta saída dá azo a várias considerações tácticas do
cronista: “se analisarmos aquela espécie de 4-2-4 que a nossa equipa pratica,
chegamos à conclusão de que o sistema não está de acordo com as características
dos nossos jogadores”. Resta-nos a consolação da derrota do Ermesinde e do
empate do Valonguense.
23 – Vamos vendo, semana a semana no
Jornal das Aves, o crescendo da discussão pelo nome das estações dos correios e
do caminho de ferro (dois enclaves, titulava o seu texto um “velho avense”). Um
colaborador, presença habitual na primeira página com uma “gazetilha” em verso
sobre “fait-divers” propícios à crítica e com o bem apanhado pseudónimo de
Tónio da Graça Barata deixou para a posteridade que “camelo não é cão / borrego
não é leão / a galinha não é galo / a égua não é cavalo / eu cá não posso
gramar / que queiram classificar / Vila das Aves – Negrelos ! / Essa não me
entra no caco, nem que lhe abram um buraco / com três dúzias de martelos.”
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