(Publicado no jornal Entre Margens)
22 – No mês de Janeiro de 1963, os
resultados do Desportivo, de acordo com o Jornal das Aves, que tem sido a base
deste nosso registo, foram:
Aves
1- Rio Ave 1 , num dia de invernia e com o campo encharcado. Foi o primeiro
ponto perdido em casa. “Os nossos adversários, mais bem constituídos, souberam
aproveitar melhor as circunstâncias do tempo e do campo”.
Marco
0 – Aves 3. No fim da primeira parte e já com o resultado referido, o árbitro
deu o jogo por terminado, por ter sido apedrejado por adeptos do clube local.
Diz o cronista que a equipa adaptou o jogo às circunstâncias e, vai daí,
interroga-se se não terá sido em consequência do seu comentário na crónica anterior…
Aves
5 – Senhora da Hora 1. “ O guarda-redes, no pouco que teve que fazer, esteve
bem. O nosso grupo venceu mas a exibição não convenceu.” Ora, se ganhando
assim, a equipa não convence, dá para pensar que já está o cronista a
exceder-se… Se não, veja-se: “ O Zé Pereira, marcando três golos e sempre
esquecido de que a linha da frente é composta por cinco elementos” e, salvo
algum elogio ao Neira (“no seu normal”) ao Oliveira (“segunda parte acertada, mas
na primeira teve falhanços de causar arrepios”) e Miranda (“a jogar em grande
plano”), é crítico bastante para assegurar que “os restantes quase não se
viram”!
Aves
3 – Ramaldense 1. Fica tudo dito assim, tal e qual:” o jogo com o Ramaldense
foi, simplesmente, um jogo à Ramaldense”.
Rio
Tinto 3 - Aves 4. Superado mais um
obstáculo.
Valadares
3 – Aves 1. O fracasso desta saída dá azo a várias considerações tácticas do
cronista: “se analisarmos aquela espécie de 4-2-4 que a nossa equipa pratica,
chegamos à conclusão de que o sistema não está de acordo com as características
dos nossos jogadores”. Resta-nos a consolação da derrota do Ermesinde e do
empate do Valonguense.
23 – Vamos vendo, semana a semana no
Jornal das Aves, o crescendo da discussão pelo nome das estações dos correios e
do caminho de ferro (dois enclaves, titulava o seu texto um “velho avense”). Um
colaborador, presença habitual na primeira página com uma “gazetilha” em verso
sobre “fait-divers” propícios à crítica e com o bem apanhado pseudónimo de
Tónio da Graça Barata deixou para a posteridade que “camelo não é cão / borrego
não é leão / a galinha não é galo / a égua não é cavalo / eu cá não posso
gramar / que queiram classificar / Vila das Aves – Negrelos ! / Essa não me
entra no caco, nem que lhe abram um buraco / com três dúzias de martelos.”
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