quinta-feira, 29 de abril de 2010

Colégio da Visitação de Santa Maria

O Colégio da Visitação de Santa Maria de S. Miguel das Aves já foi referido aqui e aqui . Uma nota de rodapé na página 158 de "Santo Thyrso de Riba d'Ave", de Alberto Pimentel refere: " este colégio que vive no regimen das Salesias, sujeitou-se ao decreto de 10 de Março de 1901". Das Salesias significa relacionado com a Ordem de S. Francisco de Sales. Quanto ao decreto de 1901, a informação de Alberto Pimentel é demasiado curta para permitir alcançar o seu significado, o que provavelmente não acontecia na época em que foi escrito o livro.

Alguma investigação permitiu-nos encontrar documentação interessante para perceber que o Colégio terá desaparecido em consequência das movimentações políticas que antecederam a implantação da República.

Em Março de 1901 o Governo, atendendo a "acentuadas reclamações de que em diversas partes se têm fundado, em contravenção das leis do Reino, institutos de ordens religiosas e estabelecimentos organizados e regidos por corporações ou indivíduos ligados por votos religiosos", determina que os governadores civis dos distritos investiguem e informem da existência de instituições religiosas de ordens regulares que se destinem à vida monástica afim de serem suprimidas, dando cumprimento ao Decreto de 1834; e se nos mesmos distritos existem estabelecimentos de ensino, propaganda, beneficiência ou caridade dirigidos ou administrados por qualquer congregação religiosa, devendo exigir que no prazo de oito dias apresentem os estatutos com que se tenham fundado e os regulamentos por que se regem afim de serem imediatamente fechados os que deixarem de os apresentar e sobre todos os outros se providenciar devidamente...
O diploma legal era complementado por um outro que determinava inspecções rigorosas às condições de funcionamento, ao conteúdo da instrução ministrada e aos resultados escolares, às origens dos meios de financiamento... Estes documentos podem ser consultados aqui , na página correspondente a 12 de Março.
Para dar cumprimento a estas determinações, o Colégio apresentou os "Estatutos da Associação de S. Francisco de Sales"...

Escritos...

Nas bordas do que resta da dita.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Escritos...

Quintão.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Fotos antigas

A casa reconhece-se de imediato. A envolvente está completamente mudada.
Fantástica foto.
Dos anos vinte, do século XX?

domingo, 25 de abril de 2010

Escritos.

Na dita cuja rua...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Escritos.

No Largo da Fábrica do Rio Vizela.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Escritos.

Em Sobrado, na morada do autor do escrito.

domingo, 18 de abril de 2010

A Capela da Senhora da Seca 2

No altar-mor da capela havia, no lugar central, a imagem da Sª da Seca, uma imagem da Senhora com o Menino nos braços. Esta imagem tinha, ao seu lado direito, em lugar mais modesto, uma imagem cujo nome oferece alguma polémica: uns afirmam ser de Sta Florinda, mas outros, designadamente a sua proprietária, afirmam que se trata de Sta Rufina; do lado esquerdo existia uma imagem de Sta. Rosa. Abaixo deste plano e da imagem central, havia uma imagem de Stº Ovídio que o povo pronuncia Santo Ouvido e talvez por isso seja, para ele, o santo protector dos ouvidos.
Como se sabe, a pertença da capela nem sempre foi pacífica entre o povo, sobretudo quando os párocos das Aves deitavam alguma lenha para a fogueira… e havia, de vez em quando, algumas zaragatas por esse motivo que, se calhar, impediram a realização de mais actos religiosos na mesma.
Hoje, a capela está praticamente fechada, abrindo-se só para algum acto religioso mandado celebrar pelos proprietários ou acedendo a algum pedido.

A INVOCAÇÃO DA SENHORA DA SECA

Como surge esta invocação de Senhora da Seca (ou Sêca)?
O Dr. Geraldo apresentou a seguinte explicação, na mesma palestra que referimos anteriormente: "Quanto à invocação de Senhora da Sêca, ela parece-me facilmente explicável: Em ano de grande seca, os lavradores da terra terão levantado preces e feito clamores a pedir chuva. Obtida a graça, ter-se-á passado a chamar-lhe Capela da Senhora da Sêca em sinal de gratidão, e foi assim que chegou até nós, tendo desaparecido a invocação a Santa Maria. Desconhece-se porém, quando tal aconteceu. Mas o desaparecido “Livro dos Estatutos da Confraria do Subsigno” da Paróquia das Aves, em 1769, deixa-nos adivinhar como a Capela da Senhora da Sêca exercia então um pólo aglutinador na pastoral paroquial. De facto, os Estatutos ordenavam que se fizessem clamores, isto é, procissões de penitência e rogações às igrejas dos arredores e capelas. (…) É nesta prática que a Capela da Senhora da Sêca exerce o tal papel aglutinador.

Fauna

A coruja, espécie em risco, anda por cá e defende-se como pode, como se pode comprovar aqui.


Como fotografar a dita, que é nocturna, silenciosa e solitária, não é tarefa tão fácil quanto fotografar os humanos protagonistas e o contador da ocorrência, não cremos que a foto apresentada no site da paróquia seja da "agressora".


É, aliás, mais provável, por ser mais vulgar, que se trate da coruja-das-torres, coruja-da-igreja, coruja-católica ou ... de nome científico "Tyto alba", ilustrada na foto ao lado e bem descrita na wikipedia...


E, com tal nome, a coruja até estaria em casa ou muito perto dela e o afastamento para o eucaliptal só pode ter sido temporário... Ou não fossem a Igreja, a torre e a Alameda do Padre Álvaro emblemáticos locais da paróquia das ... Aves !

sábado, 17 de abril de 2010

Escritos...

Junto à porta de entrada de uma habitação...

domingo, 11 de abril de 2010

Escritos.

Por aí, em diversos locais.

sábado, 10 de abril de 2010

Escritos...

...no passeio, na rua Humberto Delgado...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Indústria, séc. XIX

"No inquérito industrial de 1881, a sub-comissão encarregada desse trabalho no distrito do Porto não pôde, por motivos estranhos à sua vontade, visitar esta fábrica.


A comissão central, no relatório geral do inquérito, estranha e lastima o facto de haver sido recusada aos seus delegados a entrada neste estabelecimento fabril.


O relatório, quanto à fábrica de Negrelos, conclui dizendo:


"Em vista do que a sub-comissão desistiu - nem podia fazer outra coisa - de conhecer acerca deste estabelecimento. As poucas notas indicadas nos mapas provêm das informações coligidas na repartição de fazenda de Santo Tirso. Consta aí que a fábrica tem 18.120 fusos e desses paga o imposto respectivo; mas informações de outros fabricantes acusam o número de 30.000 e a produção diária de 450 a 500 maços, anual de 130.000 a 150.000 maços com o valor de 250.000$000 reis a 300.000$ooo reis. Como registo apenas, e não como declaração positiva, inscreveremos estes números nos lugares competentes".


Segundo o inquérito de 1890, os elementos estatísticos, recolhidos pela respectiva comissão, dão como empregados nesta fábrica 629 operários de ambos os sexos. (...)


Actualmente, esta fábrica trabalha com 876 teares mecânicos e 31.000 fusos (...)


Alberto Pimentel, Santo Thyrso de Riba d'Ave, 1902

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ainda o dia dos moinhos

A ampliação de uma foto antiga da ponte do caminho de ferro, em Caniços, revela um moinho na margem direita do rio Ave, no local onde se ergue hoje a fábrica da Empresa Têxtil Eléctrica, de Bairro.
Esta empresa obteve licença, em 1905, para "estabelecer fábrica na margem direita do rio Ave, e para isso têm de ser demolidas moendas... também precisa aproveitar força motriz do rio por meio de duas turbinas destinadas a mover máquinas geradoras de electricidade..."
As moendas do Ave e do Vizela foram, sucessivamente, substituidas por aproveitamentos hidro-eléctricos.
Mas é possível que a moenda que se vê na foto tenha sido demolida mais tarde e que a foto não seja tão antiga como se aventava aqui . É que a foto também sugere, embora de forma pouco nítida, que a fábrica terá começado um pouco a montante da sua implantação actual.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dia nacional dos moinhos

Há cerca de quarenta anos, na margem direita do Rio Vizela, ali para as Carvalheiras, ainda funcionava esta roda na Azenha do Pisco.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Vila das Aves,


55º aniversário em dia de Páscoa...


sábado, 3 de abril de 2010

Vila das Aves,

55º aniversário...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Indústria, início do sec.XX (6)

O texto de 1902 de Alberto Pimentel, transcrito nos posts anteriores, refere a certa altura que "o vapor substituiu a água" e que a água do rio Vizela "serve para o consumo das oficinas, sem que todavia seja aproveitada como motor".
De facto, no seus primórdios, a fábrica dependia da energia da água para movimentar os seus sistemas mecânicos; na fase descrita por Alberto Pimentel, o vapor (produzido em caldeiras, com queima de carvão) substituiu a água na movimentação dos sistemas mecânicos (máquinas a vapor). O factor determinante da localização inicial da indústria (existência de queda de água (açude)) deixa de ser determinante. Passa a ser determinante a localização junto do caminho de ferro. O depósito do carvão (foto) é abastecido directamente dos vagões do caminho de ferro e o abastecimento à fábrica é feito por vagonetas puxadas por mulas. A água a transformar em vapor seria, naturalmente, a do rio.
À data em que Alberto Pimentel escrevia, uma grande mudança tecnológica se aprestava para transformar todo a descrição da indústria: a energia eléctrica, de origem hídrica, tornando novamente determinante ( pelo menos parcialmente...) a localização que a fábrica já tinha.
( A primeira fábrica têxtil concebida desde o início para utilizar energia eléctrica foi a Textil Electrica, de Bairro, em 1905. A Fábrica de Negrelos construiu a sua central em "Monte", S. Miguel das Aves em 1908. Mas, não terá começado mais cedo a produzir electricidade?

Indústria, início do sec.XX (5)


" A fábrica produz panos crús, cotins, riscados, etc, e deve ser considerada uma das primeiras do país.

A princípio lutou com embaraços, porque todas as iniciações da actividades industrial são difíceis e demoradas, mas, segundo me consta, tem chegado a distribuir, nos últimos anos o dividendo de 30%.

Está montada com os maiores melhoramentos modernos, que os progressos da mecânica têm introduzido neste género de estabelecimentos.

Além disso, o asseio das suas oficinas é inexcedível.

Bastará dizer que a casa das máquinas é geralmente conhecida pela designação de "sala de visitas", tamanho é o apuro das suas condições higiénicas.

Fora do portão da fábrica, para o lado da estação de Negrelos, há uma instalação destinada ao depósito de algodão de de carvão, bem defendida por grossas portas de ferro.

Também fora da fábrica, na estrada de Santo Tirso a Guimarães, há um depósito de água, para acudir de pronto a qualquer incêndio ocorrente"

Alberto Pimentel, Santo Thyrso de Riba d'Ave", 1902