Padre Joaquim da
Barca e Padre António de Xisto, era assim que eram conhecidos.
Um de cá, o
outro de lá. Defensores da sua terra, cada um da sua.
Apreciem o que
escreveram ambos no Jornal de Santo Tirso…
Aves, 29-7-930
Descabimento da palavra “Negrelos”
Com o termo “Negrelos” ou com o patronímico “Negrelense” aplicados
às Aves ou a qualquer coisa das Aves de nenhum modo posso concordar.
São enxertos de
péssimo gosto que temos de destruir. Não há nada que justifique o uso dessas
palavras aqui.
Não posso
compreender como se foi buscar fora o nome “Negrelos” para o aplicar à estação
do caminho de ferros e à estação telegrafo-postal. É coisa que não tem nenhuma
explicação. Eu pelo menos não a encontro.
Para mim há de ser
sempre nome estrangeiro e o seu derivado
“negrelense” há de soar sempre ao meu ouvido desarmoniosamente.
Foi uma importação
escusada e infeliz.
Foi uma invenção
desastrada que pode, se não houver cautela, relegar para lugar secundário o
verdadeiro e expressivamente belo nome da nossa terra.
A todos os que se
prezam de bairristas impõe-se o dever de evitar por todos os meios que tal coisa se dê. Todos os
que forem amigos das Aves e seus bons filhos não podem dizer que são de “Negrelos”
nem a nenhuma coisa nossa podem dar a designação de “negrelense”.
(…) As coisas
querem-se no seu lugar. Negrelos tem de ser banida, tem de ser escorraçada,
temos obrigação de a fazer repassar o cristalino caudal do Avicela.
Do lado de cá nem
ela está bem nem nós. É palavra sem sentido e usurpadora.
Padre Joaquim da
Barca
A resposta do Padre António de Xisto:
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