sexta-feira, 25 de maio de 2012

Aves – Negrelos: um despique jornalístico entre amigos, em 1930.(1)



Padre Joaquim da Barca e  Padre António de Xisto, era assim que eram conhecidos. 
Um de cá, o outro de lá. Defensores da sua terra, cada um da sua.
Apreciem o que escreveram ambos no Jornal de Santo Tirso…

Aves, 29-7-930
Descabimento da  palavra “Negrelos”

Com o termo “Negrelos”  ou com o patronímico “Negrelense” aplicados às Aves ou a qualquer coisa das Aves de nenhum modo posso concordar.
São enxertos de péssimo gosto que temos de destruir. Não há nada que justifique o uso dessas palavras aqui.
Não posso compreender como se foi buscar fora o nome “Negrelos” para o aplicar à estação do caminho de ferros e à estação telegrafo-postal. É coisa que não tem nenhuma explicação. Eu pelo menos não a encontro.
Para mim há de ser sempre nome estrangeiro e o  seu derivado “negrelense” há de soar sempre ao meu ouvido desarmoniosamente.
Foi uma importação escusada e infeliz.
Foi uma invenção desastrada que pode, se não houver cautela, relegar para lugar secundário o verdadeiro e expressivamente belo nome da nossa terra.
A todos os que se prezam de bairristas impõe-se o dever de evitar por  todos os meios que tal coisa se dê. Todos os que forem amigos das Aves e seus bons filhos não podem dizer que são de “Negrelos” nem a nenhuma coisa nossa podem dar a designação de “negrelense”.
(…) As coisas querem-se no seu lugar. Negrelos tem de ser banida, tem de ser escorraçada, temos obrigação de a fazer repassar o cristalino caudal do Avicela.
Do lado de cá nem ela está bem nem nós. É palavra sem sentido e usurpadora.

Padre Joaquim da Barca

A resposta do Padre António de Xisto:



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