domingo, 30 de junho de 2013

Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (13)

  (Publicado no "Entre Margens"
42 – O “Jornal das Aves” de 4 de Maio de 1963 comenta o empate a zero com o Rio Ave da seguinte forma: “Terá o nosso grupo perdido ou ganho um ponto em Vila do Conde? Não sabemos… Mas empatou um jogo eu podia ter ganho, não fosse a ineficácia dos nossos avançados. E ainda se foi buscar o Rapinha, que foi, aliás, o nosso melhor avançado, como se fosse o elixir para os nossos males. (…) Enfim, perdeu-se o último ponto que se podia perder em relação ao Ermesinde.”


43 – O campeonato aproxima-se rapidamente do fim, o Clube segue em primeiro lugar e vai contando as semanas que faltam para a festa final. O resultado Aves 4- Marco 0 é sinal de um alto nível exibicional, mas é preciso ler os jornais para ficar a saber que o resultado podia ter sido bem mais expressivo, já que “a bola esbarrou na trave pelo menos umas seis vezes, e já sem possibilidades de qualquer defesa”…
Nos relatos deste jogo é destacada a exibição do guarda-redes Soares dos Reis, que “se deu ao luxo de defender magistralmente um penalti” e são referidos dois jogadores como “regressados”: Pereira Lima e Pilú, aquele como avançado e este último como defesa e em boa forma. Como já no jogo anterior se referia que “se foi buscar o Rapinha”, fica-nos a dúvida: por onde andavam estes jogadores, que aparecem assim de repente´, no final da época, a titulares? Porque não apareceram mais cedo?



44 – Senhora da Hora 4-Aves 1!. “Não temos grupo para subir de divisão”! “Os nossos jogadores não têm brio nem vontade própria”! “O que era preciso era alguns dos nossos atletas lembrarem-se no sábado à noite de que no domingo têm de fazer um jogo que é preciso ganhar”. “O Ramaldense é a última saída e se perdermos este jogo não voltaremos, por certo, ao primeiro lugar”… “É um jogo de vida ou de morte para as nossas aspirações”. 

sábado, 29 de junho de 2013

Inscrições

Foto de 28 de Junho de 2013

















As obras de beneficiação do Campo Bernardino Gomes avançam em bom ritmo.
Os jovens desportistas ficarão, finalmente, com  um campo moderno, com a largura regulamentar (anteriormente não havia senão 50 metros de largura!) e com piso sintético.
A inscrição revela o montante da comparticipação camarária cujo mérito tem de ser reconhecido.
Para um Campo que o Ante-Plano de Urbanização de 1966 retalhava em lotes, que o Estudo Prévio do Plano de Urbanização de 1983 previa reservar os terrenos confinantes, o que não aconteceu, que uma desejada "Zona Desportiva", há bem menos tempo, dava a entender outro destino, verifica-se agora, com esta mudança de rumo, que terá um longo futuro. O Campo fez há dias 81 anos, pode durar outros tantos?

Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (12)

(Publicado no "Entre Margens"

38 - O anúncio do jogo Tirsense – Vilanovense (a realizar logo após o interregno da Páscoa, para o Campeonato Nacional da 3ª. Divisão) é muito optimista, considerando que “tudo leva a crer que o Tirsense obterá mais um triunfo para assim manter intactas as esperanças de subir à 2ª divisão”, no ano em que comemora 25 anos de existência e a própria Vila comemora 100 anos com aquela categoria.
O optimismo cedeu lugar à raiva, visto que na semana seguinte vem a notícia da derrota por uma bola a zero, “por culpa de um homem a quem deram um apito”… Pior ainda, o Tirsense ficou com o campo castigado por um jogo. A notícia não esclarece porquê, mas também não parece difícil de adivinhar… Isso irá  custar bastantes sacrifícios, monetários e desportivos, diz-se e pergunta-se: quando será que as autoridades tomam as arbitragens a sério?


39 – Aves 3 - Paços de Ferreira 1. “Sem que tenha feito uma exibição espaventosa, o nosso clube praticou um futebol de razoável valia” … e mereceu a vitória.
Vista assim à distância, a série de crónicas parece insistir sucessivamente em “bater” no Zé Pereira, mas desta vez é só elogio: nos dois primeiros remates fez dois golos… Ora, se “isto vem provar o que sempre dissemos, para se marcarem golos é preciso rematar muito e de todos os ângulos”, eu fico baralhado com a lógica do comentador, pois o avançado do Desportivo, desta vez, só precisou de dois remates…

40 – Pelos jornal local de fim de Abril de 1963 também tomamos conhecimento de que se celebravam 35 anos de Salazar no governo da nação … “onde continua firme”, sabendo que “ a Nação atravessa momentos únicos na sua história multisecular”. “O povo continua, e muito bem, a confiar no homem”, escrevia-se.

41 – A contrastar fortemente com o tom sisudo deste elogio salazarista, a crónica de Monte Córdova abre com uma notícia intitulada “Continua morta na margem do rio…” para dizer logo de seguida que “as necessidades imediatas premem os habitantes de Cortinhas e das aldeias da mesma vertente a reclamarem a ressurreição da estrada que morreu na margem direita do rio Leça”. Perante tão exuberante ironia, terá a Câmara reagido positivamente?


quinta-feira, 20 de junho de 2013

"Mitologias" sobre a evolução da Vila das Aves (3)

(clique na imagem para ampliar)


O próprio Dr. António Pimenta, no texto publicado no livro das Jornadas Culturais, para além da referência à Escola Secundária, faz também alusão a uma Pousada e um Parque.

O Anteplano não é explícito (pelo menos nas peças a que tivemos acesso, relativamente ao Parque. Mas, quanto ao Hotel ( e não Pousada) está devidamente apontado para a Bouça do Santos Melo, na zona onde se situam hoje os campos de jogos da Escola Secundária ( assinalado com 9). Numa lógica de integração, o Hotel estaria no Parque?


É curioso verificar que a rua D. Afonso Henriques cumpre o traçado do Anteplano e apresenta, ainda hoje, o início de duas ruas nunca executadas: a ligação com a rua 25 de Abril e uma ligação para a Avenida Conde de Vizela por detrás da Escola onde se situa hoje a Sede dos Columbófilos (3).











quarta-feira, 19 de junho de 2013

"Mitologias" sobre a evolução da Vila das Aves (2)

Tendo verificado, no escrito anterior, que não é verdade que o (Ante)Plano de Urbanização previsse para Bom Nome uma Escola Secundária, seria interessante averiguar que é que previa, efectivamente, o referido ante-plano em matéria de equipamentos colectivos e onde os situava.

A listagem incluída numa das peças do ante-plano é a que se apresenta. No que se refere a escolas, a referência serve para mais do que uma. Onde? Curiosamente, aparecem apenas referidas as escolas primárias que existiam nessa época, não havendo sequer referência à Telescola, que funcionava na Junta de Freguesia desde 1965.

terça-feira, 18 de junho de 2013

"Mitologias" sobre a evolução da Vila das Aves


Nas "décimas nonas Jornadas Culturais da Vila das Aves" ( 2005) o antigo Presidente de Junta (1960-1963 e 1972 -1974) Dr. António Pimenta, referiu ter tido um empenhamento muito sério no "Plano de Urbanização que já o sr. Luís Gonzaga Mendes de Carvalho pretendia" e falou da "rua projectada " de continuação da Rua Srª. da Conceição à Tojela, com 22 metros de largura, (...) estando os terrenos necessários cedidos gratuitamente e que "seria ladeada pela Escola Secundária e do 3º ciclo". 
Que um Plano de Urbanização tinha sido muito solicitado, sabia-se. E que, na forma de "Ante-Plano de Urbanização", tinha condicionado várias construções e definido alguns arruamentos, também sabíamos. Mas que previsse exactamente aquilo que disse o Dr. António Pimenta e está escrito no volume daquelas jornadas culturais, era uma dúvida a desfazer, até porque outro antigo presidente da Junta, Geraldo Garcia, em documento de que de momento não conseguimos localizar, fez afirmações idênticas.


Uma pesquisa nos arquivos da Junta de Freguesia permitiu-nos verificar que o Ante Plano de Urbanização de Vila das Aves elaborado em Maio de 1966 e que terá sido aprovado ( na Câmara ? ) em 1972 não prevê nesse local  nem escola nem pousada ( também referida no mesmo texto).

Previa-se, isso sim,  uma zona de habitação com o máximo de RC, cave e 3 andares e a implantação de um mercado ( ver 6 )






DÉCIMAS SÉTIMAS JORNADAS CULTURAIS DE VILA DAS AVES,
Editor:  P.e Fernando Azevedo Abreu, Pároco de Vila das Aves.
2006, Execução gráfica da Gráfica  do Ave, Riba d'Ave.








No volume que regista o decurso das  Jornadas Culturais de 2005 pode ler-se o texto da Conferência do Dr. Fernando Pinheiro (" A luta contra a pobreza em Portugal") , retrospectivas da Fundação do Grupo Etnográfico das Aves e do Clube Desportivo das Aves,  conferência sobre "Partilha vocacional" e "Interpelação vocacional"  e ""Imagem de marca" ao longo dos 50 anos de elevação de Vila das Aves a Vila". E ainda uma conferência sobre "O futuro do poder autárquico".  A páginas 166 aparece a caricata foto com a cadeira vazia, legendada a preceito: "cadeira vazia reservada de princípio ao fim ao Senhor Presidente da Junta de Freguesia (...) " que, ao que se sabe, não foi formalmente convidado...
A par deste registo existe um outro, específico da intervenção de Geraldo Garcia no debate dos 50 anos de Vila. A ele se refere o editor, a páginas 181, da forma seguinte: " ao remeter deontologicamente o leitor para esse texto, aqui somente ficam registadas algumas fotografias que ... com a cordial solicitude do seu autor que as considerou "Imagens de marca". Além da intervenção deste antigo presidente da Junta, o volume contém uma intervenção do Dr. António Pimenta e outra do Engº. Aníbal, também eles antigos presidentes de Junta.



Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (11)

(Publicado no jornal Entre Margens)

33 - Março de 1963 – Serzedo 1 – Aves 4. “Não há mal que sempre dure…  A turma principal, que há vários jogos não dava tranquilidade à massa associativa, apresentou toda a gama dos seus recursos.”
A categoria secundária (as Reservas), que ganhou por dois a zero ao Rio Tinto, tem o primeiro lugar garantido.
A propósito da realização de um torneio popular anunciado para breve, o cronista do Jornal das Aves insiste na criação de escolas de iniciação desportiva: “ Hoje é o amanhã que ontem nos esqueceu: será com estas palavras que, qualquer dia, quando precisarmos de uma equipa de juniores organizada, nos havemos de lamentar do pouco ou nada que fizemos”.

34 – Houve surpresa geral com as notícias dos jornais diários, relativas ao Conselho Jurisdicional da A. F. do Porto, que decidiu anular uma decisão anterior que considerava terminado o jogo com o Marco, interrompido ao intervalo com 3 – 0 a favor do Aves… “Isto brada aos céus: um justo a sofrer as consequências dos erros do pecado.” A coisa acabaria de compor-se, mais tarde, com uma decisão superior que confirmou a vitória do Aves.

35 – Valonguense 1 – Aves 1. A nossa equipa encontrou sérias dificuldades, pois “o Valonguense já no nosso campo tinha mostrado que é um grupo que procura mais o homem do que a bola.

36 - Aves 0 – Ermesinde 0. Continuamos a comandar a prova com dois pontos de avanço, apesar da cedência de um ponto a quem nos convinha vencer.
A categoria de reservas venceu o último jogo (Aves 6 – Ramaldense 0) e com ele o título de campeão. Fez, no entanto, um jogo pobre, tendo tido a vantagem de jogar contra nove elementos, já que o adversário não apresentou mais.

37- Perafita 6 – Aves 0. A mais pesada derrota do campeonato, com zero a zero ao intervalo… Que se passou com a equipa candidata ao título? “Não abundam reservistas à altura, … e foram necessários dois”, justificou o cronista. Mas, através de um recorte de um jornal diário, é possível recordar a “linha” (curiosamente indicando uma táctica 3 – 2 -5 ): Soares dos Reis; Domingos, Vieira e Bessa; Fernando e Dieste; Soares, Monteiro, Pereira,   Lourenço e Miranda. Fica-se com a ideia de que quase meia equipa não jogava habitualmente.


domingo, 9 de junho de 2013

Vila das Aves: Ante-Plano de Urbanização - 1966 (2)

As propostas do Ante-Plano para os arruamentos na zona da Igreja