sábado, 29 de junho de 2013

Há 50 anos foi assim… (O desporto na Vila das Aves, lido na imprensa local ) (12)

(Publicado no "Entre Margens"

38 - O anúncio do jogo Tirsense – Vilanovense (a realizar logo após o interregno da Páscoa, para o Campeonato Nacional da 3ª. Divisão) é muito optimista, considerando que “tudo leva a crer que o Tirsense obterá mais um triunfo para assim manter intactas as esperanças de subir à 2ª divisão”, no ano em que comemora 25 anos de existência e a própria Vila comemora 100 anos com aquela categoria.
O optimismo cedeu lugar à raiva, visto que na semana seguinte vem a notícia da derrota por uma bola a zero, “por culpa de um homem a quem deram um apito”… Pior ainda, o Tirsense ficou com o campo castigado por um jogo. A notícia não esclarece porquê, mas também não parece difícil de adivinhar… Isso irá  custar bastantes sacrifícios, monetários e desportivos, diz-se e pergunta-se: quando será que as autoridades tomam as arbitragens a sério?


39 – Aves 3 - Paços de Ferreira 1. “Sem que tenha feito uma exibição espaventosa, o nosso clube praticou um futebol de razoável valia” … e mereceu a vitória.
Vista assim à distância, a série de crónicas parece insistir sucessivamente em “bater” no Zé Pereira, mas desta vez é só elogio: nos dois primeiros remates fez dois golos… Ora, se “isto vem provar o que sempre dissemos, para se marcarem golos é preciso rematar muito e de todos os ângulos”, eu fico baralhado com a lógica do comentador, pois o avançado do Desportivo, desta vez, só precisou de dois remates…

40 – Pelos jornal local de fim de Abril de 1963 também tomamos conhecimento de que se celebravam 35 anos de Salazar no governo da nação … “onde continua firme”, sabendo que “ a Nação atravessa momentos únicos na sua história multisecular”. “O povo continua, e muito bem, a confiar no homem”, escrevia-se.

41 – A contrastar fortemente com o tom sisudo deste elogio salazarista, a crónica de Monte Córdova abre com uma notícia intitulada “Continua morta na margem do rio…” para dizer logo de seguida que “as necessidades imediatas premem os habitantes de Cortinhas e das aldeias da mesma vertente a reclamarem a ressurreição da estrada que morreu na margem direita do rio Leça”. Perante tão exuberante ironia, terá a Câmara reagido positivamente?


Sem comentários:

Enviar um comentário