Esta foto deve remontar a cerca de 1935, apresentando a equipa do Clube Desportivo das Aves no seu Campo Bernardino Gomes.
Mais curioso do que as riscas verticais das camisolas, que são um pouco mais estreitas do que o que acabaria por vingar, é a horta junto ao muro do lado nascente e a ramada com videiras ainda muito novas... Estas videiras foram engrossando ao longo de décadas, a ramada dava alguma sombra nas tardes de verão e servia de "camarote" a alguns jovens mais ousados... Até que um dia caiu, num famoso Aves-Tirsense...
Outra curiosidade é o chapéu do jovem que espreita sobre o muro. Será o modelo típico da época?
Tombo que se vai fazendo das coisas e dos factos do presente e do passado de Vila das Aves
terça-feira, 30 de junho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
1º CINEMA DAS AVES?
Dizem os anciãos desta terra, gente aí dos seus oitenta e picos que a casa dos "Marques", situada na rua 25 de Abril, mesmo defronte do "largo da dona Eva", funcionou, em tempos idos, como cinema de S.Miguel das Aves. Terá sido o primeiro.
O edifício, com a data de construção inscrita na frente (1927), foi mandada erigir por Luís Abreu Machado, "brasileiro", casado com Florinda Martins Nunes, avós dos actuais proprietários.
Havia, então, nessa casa uma sala com um "panal" na parede (e uns bancos) onde eram projectados os filmes (mudos), através de uma máquina manual. Isto, em meados dos anos trinta do século passado.
As sessões eram aos sábados e domingos e até vinha gente de fora da terra para os ver. Os preços dos bilhetes de entrada eram necessariamente muito baixos. Uma sineta dava o sinal de início da projecção. Um dos filmes projectados nessa sala foi o "Zé do Telhado", único aliás de que ainda se recorda o nome.
Houve, entretanto, outro local onde também se chegaram a projectar filmes para o público: o Largo da Mariana. Era cinema ao ar livre e vinha dos lados de Vizela numa carroça puxada a burro, o "saltimbanco" que armava o "estaminé" e "dava à máquina". A receita era recolhida entre os presentes, por um moço, talvez filho, de chapéu na mão.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
D. Afonso Henriques
Guimarães celebrou hoje o dia um de Portugal e os 900 anos do nascimento de D. Afonso Henriques.
Não se sabe exactamente quando e onde nasceu o nosso primeiro rei: o dia de hoje é puramente simbólico e serve para registarmos a presença do nome de Afonso I na nossa terra como patrono da Escola Secundária.
E, já agora, recordamos o "Conto histórico" que terá estado na origem da escolha do rei como patrono. "As bouças do rex" eram as bouças onde se situa actualmente a escola.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Pormenores
A estrada nacional 204-5, Avidos-Negrelos estava muito bem identificada com marcos quilométricos e hectométricos. No percurso urbano daquela estrada, na Vila das Aves, ainda se pode ver o marco do quilómetro 10, na Tojela.
Curiosamente, como pode ver-se pelas fotos (a primeira tem cerca de seis anos e a outra é actual), o marco "rodou", passando a face que estava voltada para a estrada a ficar virada para norte...
A estrada nacional 204-5 foi desclassificada e entregue à Câmara Municipal há alguns anos atrás, juntamente com a verba destinada à requalificação... As obras de requalificação em curso da rua 25 de Abril vão provavelmente fazer desaparecer este vestígio da estrada nacional.
Caso isso não se verifique, o marco deveria fazer um "direita rodar", no sentido dos ponteiros do relógio, para voltar à primeira forma.
( Antes que esqueça: a requalificação deveria acabar no Km 11... ao pé da Ponte Nova...)
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Fotos antigas
Loteamento das Fontainhas, no seu início.
Quando nas Jornadas Culturais de 2005 Geraldo Garcia apresentou, na página 27 duma encomiástica brochura colorida, fotografias desse mesmo ano das ruas circundantes do Loteamento, de que o seu executivo de 1977 a 1982 promoveu "a abertura, pavimentação" e "colocação do saneamento de águas pluviais" (sic), tinha a noção de que em 1989 esses arruamentos estavam como se vê nesta foto?
Quando nas Jornadas Culturais de 2005 Geraldo Garcia apresentou, na página 27 duma encomiástica brochura colorida, fotografias desse mesmo ano das ruas circundantes do Loteamento, de que o seu executivo de 1977 a 1982 promoveu "a abertura, pavimentação" e "colocação do saneamento de águas pluviais" (sic), tinha a noção de que em 1989 esses arruamentos estavam como se vê nesta foto?
terça-feira, 16 de junho de 2009
Pormenores
Biblioteca
No Jornal de Santo Thyrso, em 15 de Junho de 1933:
" No sábado passado, 10 de Junho, dia do nosso incomparável Camões, pelas 19 horas, num carro tirado por uma magnífica junta de bois pertencentes ao sr. António Ferreira, um lavrador que o sabe ser, chegou à porta da Farmácia Ferreira uma grande mala com 336 livros e 40 tomos de várias revistas".
" No sábado passado, 10 de Junho, dia do nosso incomparável Camões, pelas 19 horas, num carro tirado por uma magnífica junta de bois pertencentes ao sr. António Ferreira, um lavrador que o sabe ser, chegou à porta da Farmácia Ferreira uma grande mala com 336 livros e 40 tomos de várias revistas".
Oferecidos pela sr. Alberto Veloso de Araújo, de Lordelo, estes livros constituíram o primeiro núcleo da Biblioteca da Junta de Freguesia.
Era Presidente da Comissão Administrativa nomeada pelo Governo Civil o sr. Bernardino Gomes Ferreira. A nomeação surgiu na sequência da demissão apresentada pelo sr. João Bento Padilha.
O TEMPO PAROU...
Da Junta da Parochia à Junta de Freguesia (4)
Conflito entre a Junta e o Pároco
Nestes primeiros tempos de Junta, não admiram as referências frequentes a assuntos respeitantes à igreja pois que eram muitas e estreitas as ligações entre administração e religião. A inteira separação foi-se fazendo ao longo dos tempos. Não sem conflitos. As Actas da Junta assim o demonstram. A própria expressão “parochia” só mais tarde haveria de ser substituída pela outra - “freguesia”.
Em 21 de Abril de 1895, em sessão extraordinária, a Junta decidiu pôr “a concurso por trinta dias, o legado das missas primeiras que o Excelentíssimo senhor José Luís de Andrade (de Sto Tirso) deixou à Junta de Parochia”.
Em 26 de Maio seguinte,a mesma Junta dá por encerrado este concurso, que teve um único concorrente, tendo-o adjudicado ao padre Augusto José Coelho (natural das Aves). Esta adjudicação (das missas primeiras) ficou por “sento e trinta mil reis livre para elle, selebrante, de todo o imposto.” Nesta altura, era pároco e, ao mesmo tempo, presidente da Junta , o abade Adriano Filippe Moreira da Silva e regedor, Manuel Martins Ribeiro.
A 23 deste mesmo mês e por acção do vogal, Narciso Ferreira Marques
(foto), a Junta deliberou fazer um pedido de sindicância às contas da Junta anterior presidida por Manuel José Ferreira (1889/1892). Perante este pedido, o então presidente Adriano Filippe ter-se á recusado a “amostrar os objectos constantes do inventário paroquial”.
Estava iniciado um conflito dentro da Junta que oporia, aparentemente, o presidente e pároco ao resto do executivo.
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S.Miguel das Aves nas Actas da Junta
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Á face do inferno - poesia
de Joaquim Ferreira Neto
(Ferreira Neto, 1923-2003).
Edição de 1957, Vila das Aves
Comp. e Imp. na Tipografia das Aves
35 páginas
"Eh povo!
Eh grande povo,
de mãos gretadas e calosas;
Vem para a rua empunhando a bandeira
da liberdade: - a cor não interessa,
nem o brilho do luar, nem o cheiro das rosas!
Vem de tamancos ou descalço
não importa!
Se te deceparem os braços
e a bandeira te quizerem arrancar,
segura-a com o olhar!
- Não esmorecas na luta;
A liberdade não tem preço nem fronteiras...
Se te rasgarem a carne
e o sangue jorrar das feridas
em catadupa,
rega com ele as novas ideias,
que os poetas soltam dos seus versos,
para que floresçam eternamente
no peito dos famintos da verdade..."
...
(extracto do poema "Novo Hino")
domingo, 7 de junho de 2009
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Da Junta da Paróquia à Junta de Freguesia (3)
A Igreja Matriz
Nas actas da então Junta da Parochia, existem várias referências à Igreja local, o que não admira, tão ligadas que estavam. Vamos citar algumas.
Nestes que pensamos ser os primeiros registos da Junta da Parochia, e sob a presidência de Pedro Augusto do Couto e a regedoria de José da Silva Mendes, registe-se a deliberação, na acta da reunião de 18 de Janeiro de 1879, de se dirigirem (os elementos da Junta) ao concelho (VªNª de Famalicão) para escolha de um terreno para o cemitério. Isto, devido ao auxílio oferecido para o efeito por um benfeitor. (Seria o Conde de S. Bento?)
Em 20.07.1879 registava-se a arrematação dos “trabalhos de beneficiação dos telhados da Igreja, entregues a João Evangelista de Sousa, de Lordelo, pelo valor de 40 mil reis”.
Em tempo de doações à Igreja, na sua reunião de 11 de Janeiro de 1880, a Junta elabora uma acta de aceitação, com voto de louvor, do donativo de Manoel João Ribeiro (Conde de S. Bento) constituído por um terreno situado no Monte do Cruzeiro, pertencente ao passal e no valor de 40mil reis.
Na reunião de 31 de Outubro deste mesmo ano, dá-se conta da oferta apresentada pelo abade, Manuel Joaquim da Motta, de uma rica caldeira de prata com esponja, oferta esta do Comendador (C. de S. Bento?) e em reunião de 12 de Dezembro nomeia aquele que poderá ter sido o primeiro coveiro remunerado oficialmente: Francisco d’Almeida e o guarda do cemitério, Joaquim da Cunha Guimarães.
A concessão de campas começa a ser registada em acta de 12 de Janeiro de 1885. Assim, refere-se a concessão da campa nº 63 a Maria Ribeiro d’ Azevedo, do lugar da Carreira, da nº 49 a António de Beja Ferreira, de Sobrado e as nºs 66 e 72 a Custódia Ribeiro de Faria (in perpetum).
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