sexta-feira, 12 de junho de 2009

Á face do inferno - poesia



de Joaquim Ferreira Neto

(Ferreira Neto, 1923-2003).

Edição de 1957, Vila das Aves

Comp. e Imp. na Tipografia das Aves


35 páginas

"Eh povo!
Eh grande povo,
de mãos gretadas e calosas;
Vem para a rua empunhando a bandeira
da liberdade: - a cor não interessa,
nem o brilho do luar, nem o cheiro das rosas!
Vem de tamancos ou descalço
não importa!
Se te deceparem os braços
e a bandeira te quizerem arrancar,
segura-a com o olhar!
- Não esmorecas na luta;
A liberdade não tem preço nem fronteiras...
Se te rasgarem a carne
e o sangue jorrar das feridas
em catadupa,
rega com ele as novas ideias,
que os poetas soltam dos seus versos,
para que floresçam eternamente
no peito dos famintos da verdade..."
...

(extracto do poema "Novo Hino")

1 comentário:

  1. É uma surpresa para mim verificar a existência de poesias de F.N. tão "libertárias" como a que é transcrita, em época de Pide e de censura...
    A Pide não lia poesia? Ou lia...o nosso conterrâneo tinha lá "ficha"?
    As edições eram pequenas e não ausavam "mossa"?
    Parabéns ao autor do post...

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