A posição da Junta liderada pelo Professor José Pacheco sobre a questão da entrega da rede eléctrica está expressa numa entrevista ao "Jornal das Aves", nº 4, Ano XXIV, 2ª série, de 1 de Maio de 1984.
À questão formulada por Joaquim Ferreira "como foi negociada a concessão da energia à EDP?", responde o Presidente da Junta que "embora o assunto já esteja ultrapassado", que "já decorriam negociações quando da entrada em exercício da actual junta" e " defendemos quer os interesses dos funcionários quer a defesa do perfeito abastecimento de energia". "Era o que mais nos interessava neste caso". "Os funcionários foram reintegrados e, neste momento estamos no final do inverno sem que houvesse, felizmente, descargas nos postos de transformação e cortes de energia como era hábito haver am anos anteriores, dado que a EDP, após a concretização do dito protocolo, ligou todos os postos de transformação existentes". E disse mais: "o preço das taxas de potência".
Mais adiante afirma "prestamos um bom serviço à terra e, por outro lado, não havia outra saída, com uma dívida de dezenas de milhar de contos que nós agarramos, perante a qual a EDP poderia pôr e dispor sem que nós tivéssemos por onde contestar."
Perante a pergunta sobre se as pessoas lesadas com as taxas de potência poderiam vir a ser reembolsadas, respondeu não caber "a esta autarquia qualquer responsabilidade neste aspecto e, (...) não há qualquer possibilidade de reembolso." Tratava-se de mais umas dezenas de milhares de contos...
Foi pena que o entrevistado não esclarecesse a questão da renda que tinha anunciado na Assembleia de Freguesia de Julho de 1983, para sabermos se na negociação com a Câmara Municipal terá ficado assente que a renda a receber da EDP alguma vez seria repartida com as juntas de freguesia que tinham distribuição de energia eléctrica... Isto porque o problema não era exclusivo da Vila das Aves...