Nas actas da Assembleia de Freguesia as primeiras referências à existência de dívida à EDP pelos fornecimentos de energia eléctrica aparecem em Outubro de 1981, numa sessão em que, curiosamente, foi também referido o aumento das tarifas de energia. A acta é demasiado sintética para esclarecer qual era o ponto da situação nessa data e em nenhuma altura do mandato que terminou com as eleições de Dezembro de 1982 é referido o montante em dívida.
Em Junho de 1982 o Presidente da Junta, aludindo à dívida, informou a Assembleia de Freguesia de que estava convicto que no prazo de doze ou dezoito meses todos os serviços de distribuição estariam integrados.A integração consumou-se em Outubro de 1983...
A decisão de criar uma dívida ao fornecedor de energia (que se sabia iria "tomar conta" do negócio) foi o modo de pressão encontrado por muitas câmaras e juntas para fazer valer os seus direitos patrimoniais e, vista a uma distância de mais de vinte anos, parece ter sido uma decisão muito acertada. No caso da Vila das Aves resultou na libertação de meios financeiros que permitiram a aquisição de terrenos (Fontainhas, Ringe), a elaboração de projectos ( Urbanização das Fontainhas, posteriormente modificado) e o apoio à conclusão do Estádio do C.D. das Aves e ao arranque da Associação Humanitária, entre outras coisas. Mas teve também um lado menos agradável: durante anos a população pagou tarifas de energia ("taxas de potência") superiores ao que era praticado pela EDP noutros locais, a rede era altamente deficitária e a EDP recusava-se a ligar alguns postos de transformação prontos a entrar em funcionamento
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