sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Amieiro Galego

A Junta de Freguesia de Vila das Aves acaba de adquirir o terreno contíguo ao Amieiro Galego!
Uma oportunidade única magnificamente aproveitada por uma Junta sempre atenta e de eficiência insuperável.

Parabéns!  

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Uma Casa nas Nuvens









Uma Casa nas Nuvens,
de João Filipe,
Vila das Aves, 2010.
Execução Gráfica de Liberto e Filho, Artes Gráficas, Lda





Um retrato
"que a minha vida seja permitir a infância 
embora nunca mais eu saiba como ela se diz"
Ruy Belo


Em cima do cavalinho de madeira
o tempo parou lembro-me bem
o homem enfiou a cabeça 
na manga de pano preto e por dentro
da máquina ajustou-me à luz
fez-me sorrir e perceber que iria durar
para além daquele instante
imóvel olhei em frente
engoli todo o ar da Póvoa que podia
numa fantástica eternidade a preto e branco
cavaleiro feliz sem espada
com pobres sandálias de camurça


falo de Ruy Belo e o mar
a entrar-me pelos cabelos
o mar todo adiante

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

3 anos de "Entre ambos os Aves"

Três anos passaram....
.... como se estivéramos num banco de jardim, público, observando o que se passa e lembrando e comentando o que se passou...
Quem quer juntar-se a nós neste local de observação e de memória da nossa Vila das Aves?


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mensagens



Francisco Pimenta,
1993,
Cadernos de Poesia,
edição da
Câmara Municipal
de Santo Tirso











TU E EU

Junto à lareira do amor,
tu e eu reconstruimos
nossa noite de Natal.
As labaredas são rosas
que não vemos mas sentimos,
quais espinhos e aromas
neste poema que somos ...

Duas imagens que restam
da alegoria do tempo
neste lar que foi presépio...

Não me dês prendas nem mel
para a minh' alma adoçar.
Põe os teus olhos nos meus...
Meu amor, basta um olhar!...

Mensagens de Francisco Pimenta
Edição Câmara Municipal de Santo Tirso - 1993

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Boas Festas

Presépio na Rotunda de S. Miguel, Vila das Aves.
Bom Natal!

Fotos antigas - Fotogramas de Filme antigo

Escola da Dª Maria Arminda - Vila das Aves
Vila das Aves
Escola da Ponte ( Dª. Maria Arminda), 1968

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Fotos antigas

Cabine de Romão, demolida em 1997 (?). 

domingo, 18 de dezembro de 2011

4ª e 5ª JORNADAS CULTURAIS DE VILA DAS AVES

4.as  e 5.as JORNADAS CULTURAIS DE VILA DAS AVES,
Editor: O pároco de Vila das Aves, P.e Fernando Azevedo Abreu,1992, Execução gráfica da Gráfica  do Ave, Riba d'Ave.


Este volume relativo às Jornadas Culturais de 1990 e 1991 transcreve, entre outras, as comunicações de Aníbal Moreira e Rodrigo Silva sobre Luís Gonzaga Mendes de Carvalho, de Geraldo Coelho Dias sobre Camilo "Nas margens do Ave e do Vizela", de Rodrigo Silva sobre o Padre Silva Gonçalves ( pároco de S. Miguel das Aves de 1920 a 1923, depois de ter sido Senador no tempo da 1ª República) e de Domingos A. Moreira sobre o topónimo Cense.  

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Vila das Aves, História da Paróquia e sua Toponímia

Ave - Cadernos de Cultura, CMST - 1993 - Vol 7. Geraldo J.A. Coelho Dias, Vila das Aves, História da Paróquia e sua Toponímia.



"Desta feita com alguns retoques e acréscimos,* queremos esboçar uma História da Paróquia de Vila das Aves, completando a monografia que, com tanto amor e bairrismo, elaborou o saudoso P. Joaquim da Barca".

* relativamente às palestras da Jornadas Culturais anteriormente publicadas.



Adenda: Em apêndice, transcreve o Tombo Paroquial de 1547 e as Memórias Paroquiais de 1578 relativas a  S. Miguel das Aves, S. Lourenço de Romão e Santo André de Sobrado.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Fotos antigas - Fotogramas de Filme antigo

A cinemateca nacional disponibiliza filmes antigos e  aqui , um filme sobre as Minas de Carvão de S. Pedro da Cova mostra alguns dos clientes das minas. Entre eles, estão documentadas a Fabrica do Rio Vizela, as Fábricas de Riba d'Ave e a Fábrica do Teles ( Santo Tirso).

Trata-se de uma película de 1917 que documenta como era a Fábrica do Rio Vizela nessa época.
No primeiro fotograma é bem visível a ponte de betão e, ao lado, uma ponte para as vagonetas que traziam o carvão do barracão para as caldeiras



O segundo fotograma mostra o Rio Vizela a partir da Ponte Velha.

 O terceiro mostra as instalações da margem esquerda que são em parte visíveis no quarto fotograma com as instalações da margem direita ao fundo.




Jornadas Culturais de Vila das Aves

AS DUAS PRIMEIRAS JORNADAS CULTURAIS DE VILA DAS AVES, EM 1987 E 1988,
 é o título em sub-capa desta edição da Câmara Municipal de Santo Tirso.
Execução Gráfica da Gráfica do Ave, Riba d'Ave,1000 exemplares, Outubro de 1989
Para quem se interessa pela história da sua terra são de referir, nesta publicação, as comunicações do Prof. Geraldo Coelho Dias: "Paróquia e Cultura em S. Miguel das Aves" (com descrição das referências à paróquia nas inquirições de 1220 e 1258 e outras) e "A Paróquia de Vila das Aves no espiritual e no temporal" (onde refere pela primeira vez o Tombo da Igreja de S. Miguel das Aves de 1547, que encontrou finalmente, bem como o Livro das Visitações, de 1582 a 1686 e o Inquérito Paroquial de 1758).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

S. Miguel e as Aves (6)


No livro comemorativo dos 50 anos da Vila das Aves, "Vila das Aves em livro aberto", no capítulo das Associações, é descrita a Associação de S. Miguel Arcanjo, criada em 15 de Novembro de 1922, tendo como objectivo "promover o culto a S. Miguel Arcanjo, (...) de modo a que todos os associados procurem imitar o Arcanjo na defesa dos valores divinos, procurando o seu aperfeiçoamento cultural, espiritual e moral". O Padre Joaquim da Barca referia, em 1953, ter sido "estabelecida na paroquialidade do padre António J. da Silva Gonçalves" e   que " a sua acção tem-se feito sentir beneficamente nos homens" (é uma associação exclusivamente masculina).

Rodrigo Silva, um avense por opção própria que foi presidente da Associação de S. Miguel e prestigiado correspondente de vários jornais, (tendo pela sua escrita granjeado um estatuto de jornalista de gabarito)  fez pesquisas sobre a vida e a obra do Padre Silva Gonçalves. Disso deu testemunho em conferência nas Jornadas Culturais de Vila das Aves, que está publicada no livro "4ª e 5ª Jornadas Culturais de Vila das Aves". Por aí se confere que o Padre Silva Gonçalves tinha um currículo político notável enquanto membro do Senado, a câmara alta da Assembleia dos Deputados na primeira República.
Conjugando esta informação com outra, também de Rodrigo Silva, de que Luís Gonzaga Mendes de Carvalho foi o primeiro secretário da Associação de S. Miguel e "herdou" o lugar de presidente da mesma até à sua morte e sabendo que desde 1918 aparece ligado à Junta de Freguesia de S. Miguel das Aves, não será caso para pensar que a Associação de S. Miguel Arcanjo teria como objectivo promover a "valorosa luta pela causa de Deus" no campo da política?
Se isto não for só coincidência a representação do guerreiro que melhor se adapta ao S. Miguel ... das Aves é a do santo guerreiro...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Magnolia Grandiflora


Podia ter sido uma azinheira (recordaria a "vila morena"...), uma oliveira (pacificante...), um sobreiro ou carvalho (variantes da mesma espécie, com tradições locais mas um bocado "casca grossa"...).

Podia ter sido muita outra coisa mas é uma Magnolia Grandiflora, árvore de folha persistente que, por isso, dará sombra também no Inverno, ao contrário da antecessora. Apresenta, na época própria, grande flores brancas que, conjuntamente com as folhas verdes são apreciadas em arranjos florais. Pode crescer até cerca de 25 metros de altura.
Está bem, portanto. Começou a contagem crescente...
Demorou? Pois sim, mas... decisões destas não são fáceis! Cuido até que terão sido pedidos pareceres técnicos aos serviços e a consultores externos e sondados os serviços jurídicos para garantir que não fosse inevitável uma consulta pública. Parecer de autarquia mais local? Não, claro, se bem que mesmo que o houvesse não seria nunca vinculativo. 
Augura-se-lhe longa vida. 

sábado, 12 de novembro de 2011

S. Miguel e as Aves (5)

Na toponímia da Vila a designação de rua de S. Miguel é relativamente recente. O anterior patrono da rua foi apeado depois da revolução de 25 de Abril de 1974.
Tratava-se, nem mais nem menos, do Dr.Oliveira Salazar e tal denominação englobava também a actual Rua 25 de Abril. Como era o antigo caminho para a Igreja de S. Miguel, faz sentido o nome actual. O outro releva a  proximidade entre os decisores da época e o regime, em consonância, talvez, com a ideia que presidiu à colocação, em 1940, no cruzeiro da Igreja de S. Miguel, "de uma lápide de mármore branco com a seguinte inscrição: Deus-Pátria, 1940 - VIII Centenário da Fundação, III da Restauração", conforme escreveu o Padre da Barca.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

S. Miguel e as Aves (4)

Um elemento simbólico importante no S. Miguel da rotunda é a balança. A balança das almas, que não  a balança da justiça. Esta está  presente em tudo quanto é imagem de tribunal e, em tempos,  serviu de símbolo a um partido que deu cobertura a uma lista de avenses que geriu durante quatro anos a Junta de Freguesia de Vila das Aves, depois derrotar a concorrência nas eleições autárquicas, frustrando as expectativas de muitos observadores interessados.

A foto do acto inaugural é ilustrativa da carga política associada, na época, à construção da rotunda e implantação da representação do padroeiro. E a presença da balança pode adquirir aqui uma significação extra, como que remetendo os finados e os derrotados (políticos) para as profundezas...
- na mesma lógica - imaginará alguém que a sua ausência no outro S. Miguel impede a psicagogia dos respectivos promotores, isto é, o seu guiamento por melhores caminhos? 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

S. Miguel e as Aves (3)


Na Tojela, no centro da rotunda onde a antiga estrada nacional 204/5 encontra a rua de S. Miguel, encontra-se  outro S. Miguel. Curiosamente, esta rotunda com a escultura do santo padroeiro, foi inaugurada no mesmo ano que a que comemora os 50 anos de Vila. De acordo com "Vila das Aves, Elementos para uma Monografia", a estátua é de Manuel Dias e o desenho do conjunto é do arquitecto José António ( da Câmara Municipal de Santo Tirso). A base da estátua é como que um grande ponto de interrogação que vai subindo até aos pés do arcanjo, uma figura alada rude, com vestes de soldado romano, exibindo a cruz na mão direita e a balança na esquerda. Um ponto de interrogação que tanto nos pode remeter para a pergunta  que é  grito de guerra do arcanjo, o "quis sicut Deus" que se pode ler por cima da porta principal da Igreja Matriz, como para uma questão muito mais prosaica que é saber quem serviu de modelo ao artista.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

S. Miguel e as Aves

A escultura comemorativa dos 50 anos de Vila já foi aqui referida:
 http://entre-ambos-os-aves.blogspot.com/2009/02/catalogo-2.html

Encontra-a quem entra na Vila das Aves pela EN 105, poucas centenas de metros depois de passada a Ponte Nova sobre o Rio Vizela.Sendo uma escultura actual cujo elemento mais imponente é a lançadeira de tear, simbolizando o trabalho têxtil que foi dominante durante mais de um século na nossa terra, a figura do arcanjo retém das figurações mais antigas da tradição as asas, a armadura e espada. Nessas figurações mais antigas do santo guerreiro tem na outra mão um escudo com a cruz de Cristo e, debaixo dos pés, um dragão, quando não o próprio Lúcifer como incarnação de todo o mal do mundo...

(A força dinâmica da lançadeira aos pés do arcanjo não aparece dominada como força maligna, antes pelo contrário: parece relançar novos lançamentos... Assim S. Miguel ajude a região a reencontrar o vigor económico perdido...).
Este  S. Miguel também é das Aves, já que Negrelos é a sul da Ponte Nova.

domingo, 30 de outubro de 2011

S. Miguel e as Aves

                                                       Num pequeno opúsculo de 15 páginas, precursor da Monografia, o Padre Joaquim da Barca, referindo as pontes existentes na freguesia, escreveu:                                                                                                      "da Ponte Velha, da qual não se sabe a era, foi grande beneficiador o sr. Honoré Vavasseur, segundo director da F.ª do R.º Vizela, tendo-lhe levantado e alargado o leito com uma boa cachorrada e passeios de granito - 1890 1891. Do lado de S. Miguel das Aves, à entrada da Ponte Velha, há umas velhas alminhas, de cujo retábulo é o Arcanjo S. Miguel a principal das figuras, como que a dizer: desta banda mando eu."


A figura tutelar de S. Miguel, a marcar  a entrada na freguesia, na Ponte Velha desapareceu sem deixar marca: quem saberá dizer onde se situavam as alminhas referidas?
Actualmente, a figura de S. Miguel marca a entrada na nossa terra pela Ponte Nova, reafirmando "desta banda mando eu..."
S. Miguel, das Aves, que Negrelos é para lá do rio...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fotos antigas

Rua Dª. Eva M. Guimarães, 1997

domingo, 9 de outubro de 2011

Fotos antigas

Fontainhas, 1989

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fotos antigas

Alameda Arnaldo Gama, em 1991

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Fotos antigas

Tojela, quando ainda havia árvore.

Fotos antigas

    Romão, 1997

A capela da Senhora da Seca

A capelinha da Senhora da Seca, em Luvazim, Lordelo, já foi tratada aqui e aqui.
Creio que se trata de um caso notável de manutenção do aspecto antigo no que respeita ao revestimento exterior.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

Igreja de Sobrado, Vila das Aves

Sobre uma iniciativa de limpeza da Igreja de Sobrado há notícia aqui   e houve outra algures no Facebook.
Iniciativas destas são louváveis.
Mas, para um trabalho sério de restauração, no respeito pelo passado da Igreja de Sobrado ( não lhe chamemos capela, porque foi a Igreja Paroquial de Santo André de Sobrado enquanto esta paróquia foi autónoma), devemos procurar saber como era ela antigamente.
As pessoas com mais de 50 anos devem recordar e há muitos documentos que o atestam: o aspecto exterior da Igreja não era nada do que mostra agora.
Já apresentamos antes as fotos comparativas aqui .
O pequeno filme que apresentamos agora é mais um documento para alertar para o óbvio: a Igreja de Sobrado autêntica tem as paredes rebocadas de branco e não as pedras à vista como se apresenta hoje.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Fotos antigas

Um cortejo de oferendas (Patronato?), talvez no final da década de 50 do séc.XX. 
Qual a rua ? A calçada portuguesa não existia em muitas ruas... 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Curiosidades linguísticas de cá...(III)

Quinta em Vila das Aves que,
cerca de 1850, era da família de Arnaldo Gama
Algumas passagens mais de "Só as mulheres sabem amar-Verdades de Ficções 1ºVol - Um defeito de organização"(1856), de Arnaldo Gama, onde se relevam algumas particularidades da linguagem usada por cá há mais de 150 anos:
"Senhor - disse ele - esta minha mulher é tola da cabeça, porém é munto fina; mas a mim não me embaça, conheço-a nos ares. Ela quer dizer que eu sou muito suspedor em boa-fé, mas eu cá me entendo, que sou munto fino. Ora bem cá, mulher do diabo - continuou ele voltando-se para a mulher - não te alembras daquele dia em que a Maricas ficou a chorar, e com a cara bromelha de ûa banda, quando saiu de casa dela a senhora D. Emília, que querem dizer que foi uma bofetada que ela le deu por bia do senhor Fernandinho? Não te alembras que me dicheste que o biste sair de casa dela e ocurtar-se por trás dos amieiros do rio? E demais, acrescentou endireitando a cabeça com ares de discursador que arremessa o seu último e irresistível argumento - de quem querias que fosse o filho? de mim?
- Lebe o demo se o dubido, qu'és muito capaz disso - replicou a mulher com ironia."

domingo, 17 de julho de 2011

Curiosidades linguísticas de cá...(II)

Há décadas que Arnaldo Gama
dá o nome a uma alameda na
Vila das Aves
"Meia hora depois cheguei a casa do meu compadre.(...)-Então tardei?, disse eu, apeando-me.-Não senhor... Ó cachopa - interrompeu-se de repente o meu compadre, chamando para dentro, e já com o meu cavalo de rédea - bem pegar no cabalo do fidaurgo,  e mete-o lá na córte. Não senhor, continuou, voltando-se de novo para mim  - é que infinamente eu bim-me prantar à porta há um tudo-nadica, p'ra ver como ia o clibio do dia, que a modo que teremos por hi moufa...(...)
-Parece-me que não -respondi eu - o dia está encoberto, mas tanto melhor, por causa do calor. Como está a comadre?
- Mercês, beije-me mão de bo-senhoria. Mui bem desbalitada p'la fraqueza, Mas a-dei, senhor, que se lh´há-de fazer?  Coisas do mundo. O surgião mandoule tomar uns caurdos de galinha fortes, e eu, como quem não quer a coisa, fui mandando meter no panêlo ûas catro calcorés que me deu honte o Manel do Rio... Mas infinamente vo-senhoria não entra?
- Eu espero aqui, compadre. Não quero incómodos, e mesmo para os não demorar mais.
- Pois antão não há-de bober ûa pinga?

( em nota de rodapé, Arnaldo Gama esclarece que moufa é cacimba, orvalho, isso que por aí chamam chuva de molha todos, ou tolos, como diz o vulgo. 
Nós garantimos que a palavra ainda se usa por cá com esse sentido... )

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Curiosidades linguísticas de cá...

Arnaldo Gama : estátua no Porto, junto à muralha
Fernandina, próximo da Praça da Batalha
Já foi referido aqui  o livro de Arnaldo Gama "Só as mulheres sabem amar ( Verdades e Ficções, 1º Volume)" -1852 - que o Joaquim Moreira encontrou e cuja leitura partilhou no "Entre-Margens". A procura feita pelo Moreira começou com uma "dica" relativa a uma pesquisa que fizéramos no  Google Books combinando as palavras Arnaldo Gama e Amieiro Galego...
Esta obra do portuense que passava as férias em S. Miguel das Aves, na Quinta do Outeiro, tem muito mais sobre S. Miguel das Aves e sobre a região ( o Minho, de que éramos ... e somos parte, apesar de tudo...) do que "O segredo do Abade", também já referido aqui, aqui e aqui .
Escreve o autor: " O Minho tem uma fraseologia e uma pronúncia particular. Não é só nos bb e nos vv que erra a pronúncia; erra-a nos rr e nos ll ainda mais escandalosamente,e, sobretudo, erra-a no modo arbitrário como cada um pronuncia as palavras, ainda mesmo aquelas que são exclusivas da província". (...). Para provar o que digo, vou pois fazer falar os minhotos com a pronúncia que se pode chamar o tipo geral da província. (...).
 (...) - E o criado?
 - Lá 'stá de catrambias na barra. Honte caijo morria de uma topada à porta do quinteiro: a lûa 'stava bem crara mas aquilo é um 'stavareda, binha muito fistor p'la porta dentro, tropeçou num fueiro que 'stava no chom, e esmurrou as ventans e os queixos na padieira da porta, e esfarrapou as caurças. Ficou com a cabeça vastante relaxada da cahida, e assim pediu-me que biesse 'stifazer a ovrigação.
- E que horas são?
-Aicho que onze; o sol já vai aurto ha munto.


(pag. 35, 36 e 37)
O autor, em nota de rodapé esclarece o leitor sobre as palavras barra e 'stavareda. Esta última ainda se usa por cá. Transcrevo a nota sobre a barra ( que, quando criança, ainda vimos tal e qual...): " Grande taboleiro, sobrado, ou como quiserem chamar, a modo de sótão, cheio de palha, e por cima dos currais do gado, por cuja porta se entra para ele, e onde dormem os criados e os filhos varões dos lavradores do Minho, enquanto são solteiros."

sábado, 30 de abril de 2011

Corredoura, Rio Ave

Num trabalho de Francisco da Silva Costa do Departamento de Geografia da Universidade do Minho aparece a figura relativa ao projecto de uma fábrica têxtil apresentado às autoridades competentes em 1907, pela empresa Faria N. Guimarães e Companhia. A fábrica pretendia aproveitar a força motriz das antigas "moendas". O açude resiste à passagem do tempo, mas da fábrica pouco resta. 
Na década de 1960 passava-se o rio pelo açude para ir para Delães e havia um aproveitamento hidro-eléctrico no local. Com a construção de edifícios fabris no lugar da Barca a zona ficou praticamente inacessível.
    Recentemente, a Associação de Amadores de Pesca de Vila das Aves  com o beneplácito da Casa da Barca, proprietária dos terrenos e o apoio da Junta e dos associados, procedeu à limpeza de uma faixa de terreno na margem direita do Rio Ave e dos respectivos acessos, com vista à criação de uma pista de Pesca Desportiva. Foi levada a cabo também uma acção de repovoamento piscícola e os associados passaram a ter um local privilegiado para os seus tempos livres.
A protecção do património natural só beneficia com este tipo de intervenções. Seria fantástico conseguir que se mantivessem transitáveis os carreiros da margem que os pescadores desportivos utilizavam há quarenta anos, desde o Amieiro Galego à Corredoura.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Posturas de Famalicão, 1873

A aplicação das posturas nas freguesias rurais:

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Posturas de Famalicão, 1873

 É interessante descobrir, em documentos antigos, a evolução de alguns aspectos da nossa região. 

Em 1873, S. Miguel das Aves pertencia ao concelho de Vila Nova de Famalicão e as posturas municipais desse concelho, publicadas nessa data, tinham certamente aplicação aqui.

O Capítulo respeitante a Caça e Pesca dá a entender que perdizes, codornizes, coelhos e lebres deveriam existir em relativa abundância.

É curioso verificar como se pretende defender os animais de processos de caça traiçoeiros ( "é defeso caçar coelhos ou lebres em qualquer tempo do ano com rede laço ou fio de arame, à espera ou qualquer outro modo traiçoeiro".
No entanto, " no tempo não defeso, é permitido caçar coelhos ou lebres com arma de fogo",  mas "tão somente às pessoas que estiverem  munidas da licença"....

Noutro capítulo, no artigo 143º, refere-se a possibilidade de a Câmara "ordenar que nas freguesias rurais do concelho se faça montaria à raposa ou a qualquer outro animal bravo e daninho", os moradores que forem avisados são obrigados a concorrer, com pena de 500 réis de multa aos que faltarem ( mas só é avisada uma pessoa de cada casa...)


sábado, 16 de abril de 2011

O Imediato Negativo - Poemas

de José Afonso de Castro Bastos

Edição de 1988

Execução Gráfica:

Gráfica Vimaranense

Guimarães


103 Páginas


Hino à Juventude


Há urgência de amor entre os anseios

Que te incendeiam

As horas sempre azuis


Há quem te queira desvirtuar a vida

Roubando-te as estrelas que inventaste


Continua a sonhar de peito aberto

Nessa pureza que desbrava o mundo

E a vida em cada instante será tua

No jeito que o futuro te aprouver


De mãos entrelaçadas serás fruto

O germén de florir a humanidade

Na água do teu riso

E do teu canto

A Queda e Evasão de Goa, Damão e Diu

de Luís Pinto (1940 -   )



Edição de Julho de 2009

Paginação e impressão: Liberto e Filho - Artes Gráficas, Lda - Vila das Aves

126 Páginas

Tiragem: 150 exemplares





" É triste perder assim um território! E foi assim na tarde de 19 de Dezembro que começamos a ser "prisioneiros de guerra". Sem saber ainda o martírio que iríamos passar durante vários meses. (...)
Antes de seguirmos para o campo de prisioneiros fomos obrigados a percorrer de manhã à noite as ruas da cidade, sempre escoltados por centenas de soldados indianos.(...) Éramos enxovalhados pela população, pedíamos água e eles atiravam com a água à nossa cara e cuspiam na nossa cara. Os goeses foram injustos."
 ( pág. 40)


"Fomos obrigados a ficar em sentido. Eis que surge pela porta de entrada um pelotão de fuzilamento acompanhado por um general alto, de barba, arrogante, prostrando-se à nossa frente, aí a uns 20 ou 30 metros.(...) Aquele pelotão de fuzilamento não vinha ali brincar às 2 ou 3 da madrugada. (...) E foi com espanto que naquele momento meia dúzia de soldados, em sítios diferentes, deram um passo em frente, desafiando aquele general e o seu pelotão de fuzilamento (...). (...) Os nossos camaradas marinheiros, mais atrás na formatura, gritaram "queremos a liberdade, queremos a liberdade".
"... o general deu ordens ao pelotão para começar a fuzilar os presos." ... o nosso capelão, naquele segundo antes da chacina, avançou direito ao general. (...) depois da conversa dos dois militares, foi-nos comunicado pelo capelão para pedir perdão ao general por aquela atitude que tivemos perante ele, considerada como uma ofensa pessoal e militar!" ( pág. 50 a 54).

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vila das Aves, Elementos para uma monografia

de Fernando Marques de Oliveira ( 1931 - )





Edição de 1 de Novembro de 2005

Montagem, Impressão e Acabamentos: Tipografia das Aves.

240 páginas.

Tiragem: 200 exemplares


"Elementos para uma monografia (...) vai ser título de um conjunto de informações sobre a terra que é nossa e cujo conhecimento é um dever.
Vila das Aves, Elementos para uma Monografia aqui fica, nas mãos do leitor amigo, para analisar, corrigir, completar e castigar, onde mereça." (pág. 11).



sábado, 9 de abril de 2011

Festas da Vila 2011: para memória

As festas da Vila decorreram no Fábrica do Rio Vizela, no passado fim de semana...

Para muitos, foi revisitar o antigo ambiente de trabalho.
Para outros, oportunidade de ver ao perto o que só conheciam de longe.
Para muitos, olhando a grandiosidade do passado, altura de indagar: que futuro para o local da grande indústria, que utilidade para a enorme infraestrutura que se degradando a cada dia que passa?




sexta-feira, 1 de abril de 2011

S. Miguel das Aves em meados do século XIX

nO BLOG DO "ENTRE MARGENS" E NA EDIÇÃO EM PAPEL DO MESMO JORNAL:

QUINTA-FEIRA, MARÇO 31, 2011


S. Miguel das Aves em meados do século XIX









A pretexto dos 56 anos de vila, e com ajuda do escritor Arnaldo Gama, recuamos na edição de hoje do Entre Margens até 1859.
Reunidas no volume “Só as Mulheres Sabem Amar” - (Verdades e Ficções)”, Arnaldo Gama publicou nesse ano uma série de novelas de cariz romântico.
Entre essas novelas, destaca-se “Um Defeito de Organização”; não só porque a ação se passa em S. Migueldas Aves e nas terras vizinhas, mas sobretudo porque permanece como um testemunho dos usos e costumes das gentes do Minho (região à qual S. Miguel das Aves pertencia). Joaquim Moreira leu a novela e dá-nos conta da importância que a mesma tem para a história local.
O colaborador do Entre Margens, na parte final do seu texto (que pode ser lido na edição publicada nesta quinta-feira) conclui que “seria de todo o interesse" a reedição deste livro, pois estão lá bem documentadas “as tradições, usos e costumes, e a linguagem” típica desta região. É um“património que nos interessa preservar como comunidade. Quem sabe estudada pelos jovens nas nossas escolas. Para além de ficarem a conhecer o romantismo na literatura - porque é uma novela romântica-, aprenderiam a nossa História como povo”, refere Joaquim Moreira.
Brevemente, o texto “Uma novela em S. Miguel das Aves”estará também disponível neste blog.

Fotos antigas

Até nem é muito antiga, no local é que está tudo mudado...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Poemas escolhidos

de Fernandes Valente Sobrinho
(José Mendes Fernandes da Silva)

Aos grandes vultos da medicina portuguesa:
Prof. Dr. Roncon de Albuquerque,
Prof. Dr. Cerqueira Magro e
Prof. Dr. Tomé Ribeiro.

Edição de 1998

Composto e Imp. na Tip. das Aves

225 Páginas



NEUROSE


Eu sinto-me ofendido e revoltado,

A vida não me corre de feição,

Quero-me só de quarto bem fechado

Como um detido dentro da prisão.


Quero sentir apenas ao meu lado

O fumo do cigarro e a solidão...

Eu sou, da vida, o velho condenado

A quem assiste apenas a razão...


Quero permanecer alheio a tudo

Como se fosse sudo, cego e mudo;

Tudo o qué hipocrisia, a humanidade...


Erguer ante a matéria o meu desprezo,

Mas tendo em mim o coração aceso

Para ganhar na vida a eternidade!...